Sou fã de Ed e Tom há muito tempo, desde que não havia (aqui, ao menos) festivais de música eletrônica gigantes com tendas separando sub-gêneros; era tudo uma grande mistura, uma coisa só, como a música da dupla de Manchester.
De lá pra cá os caras seguem firmes lançando um disco atrás do outro, remixando, criando trilha sonora, fazendo shows para públicos enormes, escorregando feio em alguns momentos mas sempre seguindo sua própria trilha, sem se render à cristas de ondas passageiras. Continuam, entre erros e (muitos) acertos, sendo os Chem Bros.
Gostei bastante de Born in echoes, seu disco de 2015 pro qual muitos torceram o nariz, mas no último 12 de abril eles entregaram ao mundo seu novo álbum e aí, puta que pariu, vieram “Eve of destruction” e “Bango”. Saca descontrole físico? Então, foi mais ou menos o que aconteceu comigo.
Fui ouvindo No geography e esperando o momento em que ele ia decair, em que faixa os químicos falhariam no equilíbrio da fórmula. Continuo esperando.
Obviamente este não é um disco de hits; não tem convidados ‘de peso’ (a jovem norueguesa Aurora e a rapper Nene são as belas vozes da vez), mas – o que realmente importa – tem tanto breakbeat, tanto (acid/prog) house, tantos graves elásticos que ele vai rodando e pulsando até levar o corpo ao já citado descontrole físico. No fim, ao som de “catch me I’m falling”, estou no chão, e digo sem medo que este é o melhor trabalho dos Chem Bros desde Dig your own hole.
Duvida? Aumente o volume e aperte o play.
E de brinde leve Tom e Ed botando uns sons no Essential Mix da Radio 1, gravado um dia após o lançamento de No geography.
Fonte: Pequenos Clássicos Perdidos
