“O Incognito e a música fizeram um pacto: até que a morte nos separe”, diz Bluey, líder da veterana banda

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“O Incognito e a música fizeram um pacto: até que a morte nos separe”, diz Bluey, líder da veterana banda


“Azymuth, Baden Powell e Banda Black Rio se tornaram minha dose diária de nutrição musical”, afirma Bluey; o grupo, que tem 38 anos de estrada, se apresenta neste sábado, dia 12 de maio, em São Paulo

por Fernanda Talarico
12 de Maio de 2018 às 15:13

Jean-Paul Maunick, também conhecido por Bluey, é guitarrista, compositor, arranjador, produtor, vocalista e líder do Incognito, banda de jazz que nasceu em 1979 e se apresenta neste sábado, 12 de maio, no Cine Joia, em São Paulo, depois de duas apresentações no Rio de Janeiro, nos dias 10 e 11.

Com 38 anos de estrada, o Incognito divulga o disco In The Search of Better Days, lançado em 2016. O grupo, mais conhecido pela música “Don’t You Worry ‘Bout A Thing”, sempre se manteve presente no cenário do jazz mundial e, para Bluey, o segredo da longevidade é considerar o Incognito como um coletivo musical. “Como eu sempre fui o fator constante, considero que comecei a fazer música com um coletivo musical, não com uma banda, o que envolve a participação de mais de mil músicos e cantores. Este processo rotativo e evolutivo mantém nosso frescor e espírito inovador”, conta o músico à Rolling Stone Brasil. “Quando os integrantes de bandas se cansam uns dos outros, os conflitos não são mais resolvidos e elas acabam chegando ao fim. Com a gente é diferente porque não seguimos essa estrutura, temos a política da ‘porta giratória’, que nos permite mudar e reorganizar. É por isso que somos criativos até hoje”. Quando Bluey compõe, já tem a ideia da voz e o tipo de instrumentos que ficaria melhor na música. “Escolho as pessoas que possam passar confiança ao nosso público, que coloquem a própria vida no trabalho”.

O primeiro álbum lançado, Jazz Funk, é de 1981 e, se comparado a In Search of Better Days, muita coisa mudou, mas a assinatura de jazz e funk são constantes até hoje. “Os valores de produção mudam, assim como as histórias contadas nas letras – elas evoluem para refletir nossa jornada e relacionamentos pessoais. Mas a sonoridade não muda”, explica Bluey. “O título do novo disco é inspirado na atual luta dos jovens que vivem em grandes centros urbanos”.

O contato com a música brasileira aconteceu em 1970, enquanto o líder da banda assistia à Copa do Mundo na televisão. “Havia uma atmosfera totalmente diferente nos jogos do Brasil. Foi aí que eu descobri os ritmos do samba”. A bossa nova apareceu graças a um programa de TV chamado The Old Grey Whistle Test, quando Freddie King, conhecido nome do blues, tocou “The bossa Nova Watusi Twist”. “Na década de 1970, as influências brasileiras em bandas como a norte-americana Earth Wind & Fire abriram as portas para os brasileiros Azymuth, Baden Powell e Banda Black Rio, que se tornaram minha dose diária de nutrição musical”.

Bluey ainda promete uma volta ao estúdio para fazer novos trabalhos. “Onde há vida, há criatividade! Vivemos a vida ao máximo e sempre existem chances de um novo disco! O Incognito e a música fizeram um pacto em 1979: até que a morte nos separe!”



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