Japão elege Miss mestiça de indiano com japonesa

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Japão elege Miss mestiça de indiano com japonesa

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RFI

mediaPriyanka Yoshikawa, indo-japonesa, vai representar o Japão no concurso de Miss Universo.
AFP/Toru Yamanaka

Um ano depois da polêmica causada pela eleição da primeira Miss Japão afro-asiática, a representante da beleza nipônica neste ano é filha de pai indiano e mãe japonesa. Priyanka Yoshikawa, 22 anos, vai representar o Japão pelo título de Miss Universo 2016, em dezembro, em Washington.

O correspondente da RFI no Japão, Frédéric Charles, conta que a eleição de Priyanka é considerada como uma pequena vitória contra os preconceitos raciais em um país fechado à diversidade. A escolha também provocou muitas discussões nas redes sociais a respeito dessas mudanças na sociedade.

Nascida em Tóquio, a nova Miss Japão prometeu continuar a luta contra o preconceito racial num país etnicamente bastante homogêneo, onde apenas 2% são mestiços. Dona de grandes olhos negros e corpo de manequim, com 1,76m, Priyanka é domadora de elefantes e pratica kick-boxing.

Em uma depoimento à AFP, ela conta que “antes de Ariana, as mestiças não podiam representar o Japão”, referindo-se à Miss Japão do ano passado, Ariana Miyamoto, filha de um pai afro-americano. “Eu mesma não achava que isso fosse possível, mas ela nos mostrou o caminho”, disse Priyanka.

"Mestiço" no Japão é termo pejorativo

A palavra “haafu”, utilizada para indicar os mestiços no Japão, é emprestada do inglês “half” (metade) e tem forte conotação pejorativa. No ano passado, muitos comentários indignados nas redes sociais criticavam o fato de uma “haafu” representar o país no concurso de beleza.

Priyanka fala de comentários maldosos que teve de aturar na escola quando voltou ao Japão, aos dez anos, após alguns anos no exterior. “Eu era tratada como um micróbio, ninguém se atrevia a me tocar. Mas isso me tornou uma pessoa forte”, diz a Miss. “Quando estou fora do Japão, ninguém me pergunta sobre minhas origens. Espero conseguiu mudar a percepção das pessoas. O número de mestiços só vai aumentar e é preciso aceitar isso”, acrescenta.

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Fonte: Rádio França Internacional

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