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Operação foi realizada no fim de semana pelas forças de paz em dois acampamentos próximos de bases da ONU em Juba; Dezenas de funcionários da Unmiss foram movimentados da capital após confrontos recentes.
Deslocados abrigados em instalações da ONU no Sudão do Sul. Foto: Unmiss.
Eleutério Guevane, da rádio ONU em Nova Iorque.*
Uma operação da Missão das Nações Unidas no Sudão do Sul, Unmiss, confiscou artigos que incluem "armas ligeiras, munições, facões e uniformes militares" num local de proteção de civis durante o fim de semana.
A informação foi dada esta segunda-feira a jornalistas pelo vice-porta-voz do secretário-geral.
Proteção de Civis
Farhan Haq disse que buscas à procura de armas ocorreram no complexo da ONU na área de Tomping na sexta-feira. Uma nova ação teve lugar no sábado, no local de proteção dos civis ligado à Casa das Nações Unidas.
Segundo a ONU, a situação na capital sul-sudanesa é "calma, mas tensa", uma semana após o anúncio do cessar-fogo na sequência da violência entre forças leais ao presidente Salva Kiir e ao vice-presidente Riek Machar. Mais de 270 pessoas morreram nos confrontos.
Tiros em Leer
A nota destaca que houve "disparos esporádicos" durante o fim de semana na pequena cidade de Leer, no estado ocidental do Alto Nilo. Os tiros também foram ouvidos próximo do local onde a Unmiss opera temporariamente.
Entretanto, mais de 140 funcionários da operação de paz foram retirados de Juba, onde a missão continua a realizar as suas operações essenciais.
Os deslocados na sequência dos combates rondam os 15 mil, número que inclui mais de 10,8 mil que vivem em locais da Unmiss e outros mais de 4,1 mil abrigados fora dessas áreas.
Operações Humanitárias
Entretanto, agências humanitárias condenaram o recente saque ocorrido nos armazéns do Programa Mundial de Alimentação, PMA, e da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, em Juba. A comida guardada chegava para 220 mil pessoas.
As agências mencionaram um outro episódio ocorrido em Leer ao declararem que o tipo de incidente "terá um impacto substancial sobre as operações humanitárias num momento em que aumentam as necessidades".
*Apresentação: Michelle Alves de Lima.
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Fonte: Rádio ONU