ONU quer medidas contra casos de estupros na Libéria

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14/10/2016

ONU quer medidas contra casos de estupros na Libéria

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Relatório divulgado nesta sexta-feira revela que número de ocorrências subiu assim também como os casos de impunidade para autores do crime.

Mulher na Libéria. Foto: ONU/Shima Roy (arquivo)

Monica Grayley, da Rádio ONU.*

Um relatório preparado pelas Nações Unidas revela que a Libéria notifica um aumento no número de casos de estupros.

O documento divulgado pela Missão da ONU na Libéria, Unmil, e pelo Escritório do Alto Comissário de Direitos Humanos, reuniu depoimentos e informações de especialistas em direitos humanos entre janeiro de 2015 e março deste ano.

Delitos

Os dados indicam que ocorreram 803 casos de estupro em 2015 em 15 condados da Libéria. De acordo com o relatório, o estupro é o segundo maior crime cometido no país africano.

Analistas afirmam que as violações sexuais devem-se a um passado de 14 anos de conflito civil. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, OMS, entre 61,4% e 77,4% das mulheres e meninas da Libéria foram violadas durante a guerra. Mas não houve punição para os autores do crime incluindo os que cometeram os delitos durante o conflito.

E nos dias atuais, segundo o documento, a impunidade permanece. Apenas 2% dos casos de estupro e violência de gênero são notificados e levados ao tribunal.

Conhecido da vítima

Um relatório anterior das Nações Unidas, divulgado em dezembro do ano passado, já havia chamado a atenção para a "impunidade generalizada", o que também se deve a questões logísticas e culturais do país.

As vítimas que decidem denunciar os casos encontram dificuldades durante todo o processo. A maioria dos autores dos estupros na Libéria é do sexo masculino e tem mais de 19 anos de idade. A maioria também é conhecida da vítima. E o ato de tornar o tema público quase sempre recai sobre a vítima, que é envergonhada e acusada de responsabilidade pelo crime.

O relatório faz uma série de recomendações ao governo da Libéria e a outros agentes nacionais e internacionais e também às Nações Unidas para combater, de forma imediata, o que classifica de flagelo.

*Apresentação: Michelle Alves de Lima.

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Fonte: Rádio ONU

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