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Quedas nas exportações e investimentos portugueses devem baixar ritmo de crescimento para 1% este ano; técnicos dizem que economia precisa de mais medidas para apoiar contenção das despesas.
Sede do FMI em Washington. Foto: FMI.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.*
Uma equipe do Fundo Monetário Internacional, FMI, terminou a sua quarta missão em Portugal, depois do programa de assistência, destacando que o país tem agora um acesso favorável aos mercados financeiros.
Em nota, emitida esta quinta-feira, o órgão menciona que o programa de ajustamento foi um sucesso. E revela que o ritmo de crescimento abrandou recentemente porque moderaram as exportações e o investimento.
Referendo britânico
Para o FMI, o aumento da incerteza do mercado no contexto da “maior aversão ao risco após o plebiscito no Reino Unido, pode continuar por um longo período. Isso reforça a necessidade de uma estrutura política de confiança.
Segundo o órgão, o ritmo da recuperação econômica de Portugal abrandou desde meados do ano passado mas houve uma expansão do consumo interno.
O FMI informou que o investimento e as exportações enfraqueceram como reflexo do aumento da incerteza e de uma acentuada recessão em alguns mercados de bens portugueses. Este ano, a economia de Portugal deve crescer 1%, menos meio ponto percentual em relação a 2015.
Pressões
A equipe identificou riscos que podem afetar a cobrança de receitas devido ao crescimento mais lento. Os técnicos acreditam que pode haver ainda pressões sobre as despesas na segunda metade do ano.
Por isso, o FMI considera que mais medidas devem ser necessárias para apoiar a contenção das despesas. O objetivo é garantir que seja alcançada a meta fiscal de 2,2% do PIB.
Sem essas ações, Portugal “pode ter um déficit de cerca de 3% do PIB”, destaca o documento.
Para uma consolidação orçamental a médio prazo o conselho do FMI defende vigor para diminuir a dívida pública.
O informe destaca que Portugal teve avanços importantes durante o programa de ajustamento para melhorar a flexibilidade e a competitividade dos mercados de trabalho e dos produtos.
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Fonte: Rádio ONU