Lollapalooza para quem é fã de sons alternativos
Ao contrário do Rock in Rio, que busca colocar atrações que no geral combinam entre si a cada noite, o Lollapalooza, até por acontecer em três dias e não em sete, tem uma programação bem mais eclética, que acaba atraindo públicos dos mais distintos para o Autódromo de Interlagos.
A partir de hoje o Vagalume publica um guia onde dará dicas de atrações para os vários tipo de fã que irão curtir o festival, seja no Autódromo de Interlagos ou mesmo em casa pela televisão ou Internet. Hoje, montamos uma escalação para os fãs de sons mais alternativos. Na sequência falaremos com quem curte pop, rock, música eletrônica e para aqueles que não têm um gênero ou artista específico de sua preferência, e estão mais interessados no evento como um todo.
Sexta – Dia 23
Uma boa dica para quem conseguir chegar mais cedo em Interlagos é curtir o show de Rincón Sapiência (14h30 no Palco Budweiser). O rapper paulistano é um dos grandes nomes não só do nosso hip-hop como também da nova música brasileira. Não à toa “Galanga Livre” foi eleito o melhor do ano passado pela Rolling Stone Brasil, e ficou em segundo na votação feita pelo site Scream and Yell (que teve 126 votantes entre jornalistas, especialistas e formadores de opinião).
Às 16h20 no mesmo palco o Spoon (ao lado) é atração imperdível. A banda celebra 25 anos de formação em 2018 e é das mais queridas do público indie, graças ao seu som que sabe ser pop e experimental na medida certa.
Além das músicas do recente “Hot Thoughts” do ano passado, a banda do vocalista e guitarrista Britt Daniel também deverá relembrar os grandes momentos de álbuns como “Gimme Fiction” (2005) e, “Ga Ga Ga Ga Ga” (2007).
Findo o Spoon, é possível correr, caso as pernas aguentem, já que as distâncias são longas, até o Palco Onix para pegar um pouco do show do Royal Blood, a dupla inglesa que faz bastante barulho com apenas um baixo e uma bateria ou senão dar uma descansada e esperar a entrada de Chance The Rapper (mais um grande nome da atual cena de rap mundial) às 18h30.
Às 19h35 no Onix acontece aquele que deve ser um dos grandes shows do ano no país. Quem já conferiu o LCD Soundsystem ao vivo sabe que os shows do projeto de James Murphy são intensos, e bastante diferente daquele dos discos. A banda encerrou as suas atividades em 2011, mas voltou, primeiro para apresentações ao vivo e depois também em disco – o elogiadíssimo “American Dream” do ano passado, mostra que o retorno foi mais do que bem vindo.
No fim do dia quem não estiver no pique para conferir os Red Hot Chili Peppers (no Budweiser ás 21h10) tem uma alternativa no Palco Axe onde Mac DeMarco, que faz shows onde o bom humor e o clima de cumplicidade com a plateia dão a tônica. Em resumo, o americano é o tipo de artista que tem o poder de conquistar novos fãs a cada vez que se apresenta.
Sábado – Dia 24
Vale bastante chegar cedo no Autódromo para conhecer o som do Tagore, banda de Recife que conseguiu achar uma ponte interessantíssima entre a psicodelia nordestina dos anos 70 com a feita atualmente por gente como o Tame Impala. Eles tocam às 12h30 no Palco Budweiser.
Depois deles, vale dar uma circulada e curtir um pouco dos shows de gente como a australiana Tash Sultana (ou o blues rock dos islandeses do Kaleo (15h05 no Onix) e esperar até às 16h05. Aí será possível escolher entre o bom hip-hop de Anderson Paak no Budweiser ou os brasileiros do Terno com sua música de difícil classificação no Palco Axe.
Já às 17h15, o Palco Onix é o lugar para se estar, para conferir o show de David Byrne (ao lado). Com mais de 40 anos de carreira discográfica o ex-líder dos Talking Heads acabou de lançar um excelente álbum (“American Utopia”) e caiu na estrada com uam turnê bastante ambiciosa, onde está se apresentando com uma trupe de percussionistas. O setlist junta músicas novas com clássicos da história do rock como “Burning Down The House“.
Assim que Byrne der o seu boa noite final será preciso, mais uma vez, correr até o Budweiser para não se perder nem um instante do show do The National, uma das grandes bandas surgidas no indie rock neste século. O som melancólico da banda funciona bem ao vivo, ganhando um peso e dinâmica que nem sempre é visto nos discos.
Depois disso, resta ao fã de rock mais alternativo esperar um pouco e se preparar para a maratona que o Pearl Jam promete fazer no festival à partir das 21h00 no Palco Budweiser.
Domingo – Dia 25
O último dia do festival tem menos atrações para quem curte música independente ou um pouco mais fora do mainstream. Mas existem boas opções para se curtir, da brasileira Mahmundi (às 12h30 no Axe) ao duo Sofi Tukker (13h20 no Onix). Às 15h10, também no Onix, vale curto o Metronomy, a banda inglesa que transita entre o indie e a música eletrônica com desenvoltura e conta com uma discografia respeitável, incluindo “The English Riviera”, um dos grandes álbuns desta década.
Ainda no Onix, vale também checar ao menos um pouco do R&B moderno de Khalid, uma das boas revelações do ano passado e então rumar para o Budweiser para se preparar para o show de Liam Gallagher (à esquerda).
O ex-vocalista do Oasis irá mostrar algumas música do bom “As You Were” do ano passado, mas é claro, que os momentos de real empolgação irão acontecer quando ele relembrar alguns dos grandes clássicos do rock da década de 90 gravado pela banda que o consagrou.
Talvez o The Killers tenha perdido alguns dos fãs que conquistou com seu primeiro álbum, o ainda relevante “Hot Fuss” de 2004, especialmente entre o pessoal mais ligado em bandas de indie rock, mas o grupo ainda sabe entregar um bom show que contempla todas as suas fases. Assim, vale dar uma conferida na banda de Brandon Flowers que fica responsável por fechar o palco principal do Lolla em 2018. Eles toca a partir das 21h00 no Budweiser.