Na última quarta-feira (18), acadêmicos e professores do Câmpus de Irati da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) puderam assistir em primeira mão ao documentário “Primo Araújo, o Poeta das Artes Plásticas”. Mesclando imagens de arquivo, entrevistas e dramatizações, a produção iratiense traz a vida e a obra do artista plástico, que também se entrelaçam com história da própria cidade e da região na primeira metade do século passado.
“O que nós temos para vislumbrar e conhecer um pouco daquela Irati dos nossos antepassados, bisavós, tataravós, foi feito através das obras do Primo Araújo. Ele pintava Irati, desenhava e esculpia com uma técnica nova em isopor as ruas de terra, as casas de tabuinha, as araucárias que são símbolos do nosso estado do Paraná, tudo isso ele passava nos quadros. Ele pintou também questões sociais do município, porque ele fazia xilogravuras, fazia desenhos, charges para os jornais aqui da época”, comenta o diretor do documentário, Pedro Henrique Wasilewski.
Além da diversidade de suas obras, outros fatos e curiosidades sobre o Primo Araújo ganham destaque no filme, como o casamento com Iratila Gracia e a origem do nome que adotou para a vida. “O meu pai, Dário Araújo, nunca foi conhecido por esse nome, mas sempre como Primo Araújo. Esse foi um apelido que deram para ele no início da sua carreira futebolística. Ele jogava futebol aqui no Iraty e também em outros times. E ficou Primo até o falecimento dele com 97 anos”, explica o filho, José Maria Gracia Araújo, o popular Zeca Araújo, que também atua em projetos de divulgação da história de Irati.
O documentário foi apresentado para a comunidade acadêmica na noite de quarta-feira (18). (Foto: Coorc)
Para contar a trajetória do artista e da cidade, a produção utilizou documentos e imagens disponibilizados pelo Centro de Documentação e Memória do Câmpus de Irati da Unicentro (Cedoc/I). Além disso, os professores João Carlos Corso, do Departamento de História (Dehis/I), Edson Santos Silva, do Departamento de Letras (Delet/I), e a arquivista Marcia Doré foram algumas das fontes entrevistadas para o filme.
Para o professor João Carlos Corso, além de um reconhecimento pela colaboração da Unicentro, trazer a obra para exibição na universidade também é importante por seu aspecto pedagógico. “Ele [o diretor] mexeu com vários tipos de fontes históricas para montar esse filme e isso acaba influenciando também os nossos alunos. Esse trabalho vai nos ajudar inclusive no curso de História e na própria vida cultural da universidade”, pontua o docente.
Pedro Wasilewski ressalta ainda que esse é o primeiro projeto de Irati a ser contemplado em um edital de audiovisual de cinema, realizado com recursos da Lei Paulo Gustavo, do Ministério da Cultura, em parceria com a Prefeitura de Irati, Secretaria de Cultura e Turismo e Cine Central Filmes.
Como contrapartida social, a equipe do filme vai até escolas e instituições de ensino da cidade com uma estrutura própria para apresentação. “A gente leva a projeção e o som para chegar com a magia do cinema, para trazer essa experiência. E após a exibição, a gente tem um debate comigo e com o Zeca Araújo para falar sobre a história do município, as fontes, as curiosidades. Nós também temos na equipe uma pedagoga e uma profissional de Libras, para atingir todo o público que necessita de cultura. E sempre pensando na preservação e em salvaguardar essa história expressiva da nossa cidade”, comenta Pedro.
Lançamento oficial
“Primo Araújo, o Poeta das Artes Plásticas” vai estrear para todo o público neste sábado (22), às 19h30, no Centro Cultural Clube do Comércio. O local fica na rua 15 de Julho, 310, no Centro de Irati.
Por Wyllian Correa
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