Unicentro marca presença na 13ª Feira de Inovação das Ciências e Engenharias, em Foz do Iguaçu

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A Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) é uma das universidades participantes da Feira de Inovação das Ciências e Engenharias que, nesta 13ª edição, reúne 300 projetos. O evento é organizado pela Fundação Parque Tecnológico Itaipu e Itaipu Binacional, e permite que estudantes apresentem ideias criativas e inovadoras, desenvolvidas em todas as áreas do conhecimento.

A FIciências reúne quatro modalidades de projetos – a FIciências Kids, em que participam crianças de quatro a oito anos; a FIciências Júnior, com estudantes de sexto e sétimo anos; a FIciências Jovem, voltada a alunos a partir do oitavo ano até o terceiro ano do Ensino Médio; e o Hackateens, em que os alunos participam de uma maratona científica. Ao longo de 13 anos, destaca o coordenador da FIciências na Unicentro, Adriano Machado, a feira vem crescendo em tamanho e qualidade dos trabalhos apresentados.  “São mais de mil participantes no evento. Percebemos que esse foi um salto de crescimento quantitativo e também qualitativo. Vejo que as notas de corte das avaliações científicas subiram bastante nessa edição, o que mostra uma melhora bastante significativa nos projetos apresentados”, compartilha.

Para esta edição, conta Adriano, a Unicentro desenvolveu um importante trabalho na região de abrangência da universidade. “Trabalhamos com os Núcleos Regionais de Educação de Irati, Pitanga, Laranjeiras do Sul e Guarapuava”, pontua.

Um dos projetos fomentados pela Unicentro foi desenvolvido no Colégio Estadual de Educação em Tempo Integral Professor Pedro Carli, em Guarapuava, é o Smart Garden: Horta vertical com fertirrigação automatizada. “A fertirrigação é uma junção de fertilizante junto com a água da irrigação, que hidrata e nutre a planta ao mesmo tempo. Buscamos trazer um projeto que tem baixo custo e com intuito sustentável”, explica a estudante Maria Eduarda Aparecida da Cruz, que faz parte do projeto. 

Outro projeto que contou com o apoio da Unicentro tem como foco a utilização da fotobiomodulação para acelerar o processo de fermentação da Kombucha – uma bebida fermentada originária da China, feita a partir de bactérias e leveduras. A professora Kéorlly Cabral Kegler, do Colégio Estadual do Campo de Paz, do município de Candói, conta que o trabalho surgiu a partir do questionamento de um estudante sobre a existência de alguma maneira de acelerar o processo de fermentação. Ao pesquisar sobre a dúvida do aluno, a professora descobriu sobre um método já utilizado na produção de vinho e cerveja e, a partir daí, começou os testes com o Kombucha. “Começamos experimentando determinadas ondas de luz em diferentes intensidades e chegamos ao resultado que trouxemos hoje para a feira – utilizamos luzes azuis para controlar micro-organismos indesejados e luzes vermelhas para ajudar a estimular o processo de fermentação, para que ele aconteça mais rápido”, explica.

Para a professora, o apoio da Unicentro foi fundamental no processo de desenvolvimento do trabalho. “Todo o auxílio e orientação da Unicentro foi incrível. Nos ajudou nos ajustes e nas questões que tivemos dificuldade. Eles deram esse suporte em conjunto com o Núcleo e isso foi de muita relevância para o nosso projeto. Eu acredito que são peças fundamentais para que estejamos aqui hoje”, compartilha Kéorlly.

Avaliação – Além do apoio para as escolas durante o desenvolvimento dos projetos e da participação na organização da feira, a Unicentro também conta com uma comissão científica, que avalia os projetos participantes da feira. O grupo é formado por sete avaliadores – Luiz Alexandre Pinheiro Kosteczka; Jó Klanovicz; Marquiana de Freitas Vilas Boas Gomes; Luciana Rosar Klanovicz; Juliana Bonini; Roberta Fabri; Ricardo Miyahara; e Reinaldo Francisco.

Nos critérios avaliativos, explica o professor Ricardo Miyahara, são considerados, em média, oito aspectos – a inovação do projeto em relação ao que já existe no meio acadêmico; se o projeto está dentro de uma formatação científica; o passo a passo do desenvolvimento da pesquisa; a apresentação do trabalho e o domínio do tema. “Isso acaba avaliando se o projeto foi concebido e desenvolvido pelo aluno ou se é parte de um projeto maior. Esses critérios fazem com que consigamos avaliar todo o projeto, desde a concepção da ideia até a apresentação no evento”, pontua.

Em uma avaliação geral, o professor destaca a qualidade dos trabalhos apresentados. “A cada ano, os projetos vêm com uma qualidade maior. Neste ano tivemos um aumento no número de trabalhos submetidos e, um diferencial, é que tivemos também, além dos trabalhos do Paraná, da Argentina e do Paraguai, tivemos trabalhos de outros dez estados da federação”.

Avanços na popularização da ciência – A articuladora do NAPI Paraná Faz Ciência, Débora Sant’Ana, destaca que o Paraná vive hoje um importante momento de fomento para a popularização da ciência, com o apoio a diversas ações. “Nós temos o Napi Paraná Faz Ciência, que reúne ações de diferentes naturezas, desde o Clube de Ciências à Comunicação Pública da Ciência, passando por redes de feiras de ciências e mecanismos de popularização que também estão acontecendo no estado. Estamos muito contentes com este período que nós estamos vivendo”, avalia.

Sobre a FIciências, a professora destaca que a feira é resultado de um trabalho coletivo que envolve a Itaipu, o Itaipu Parquetec, as universidades estaduais e o governo estadual por meio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. “Esse envolvimento todo permite que haja essa festa científica que é a feira de ciências”, reforça.

A projeção é que, além do apoio em nível estadual, os movimentos em prol da popularização da ciência também avancem em nível federal. “Estamos vivendo um bom momento no governo federal com a publicação do decreto da popularização da ciência no final de 2023. Temos tido editais abertos para essas finalidades e por isso é um período para ser comemorado já que temos a oportunidade de mostrar os nossos trabalhos e de concorrer a fomento para isso”, comemora.

Nesse movimento, a diretora do Departamento de Popularização da Ciência, Tecnologia e Educação Científica do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Juana Nunes, destaca a relevância de eventos como a FIciências enquanto incentivo para que mais estudantes se interessem pela área da pesquisa. “Incentivar a participação de crianças e jovens a participar de feiras de ciências como a FIciências é o caminho para mudar realidades na educação brasileira. Descobrir e formar os talentos da nossa juventude passa pelo incentivo à pesquisa na educação básica e pela valorização da ciência”, pontua.

“É um momento bom no país para a popularização da ciência, com um incentivo da Seti e da Fundação Araucária em nível de estado e também pelo MCTI em nível federal”, assinala Adriano Machado. “Na Unicentro, junto com a professora Marquiana e um grupo de pesquisa, queremos fortalecer essa temática. Nós já somos um grupo muito forte, mas estamos trabalhando separados. A partir de agora, queremos trabalhar juntos e fortalecer ainda mais a atuação da área”, finaliza.

 

 

Por Maíra Machado


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