O V Seminário de Ensino, Pesquisa e Extensão em Letras (Sepel) teve início na última segunda-feira (11). O evento do Departamento de Letras do Câmpus de Irati (Delet/I) da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) tem tradicionalmente a organização e a escolha do tema feita pelos próprios acadêmicos do curso. Neste ano, o foco é na literatura e no ensino pelo prisma das artes.
Na abertura, o professor Luiz Felipe Guimarães Soares, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), foi convidado a falar sobre cinema e literatura. Em sua palestra, ele trouxe reflexões sobre como essas e outras formas de arte – como a pintura, a música e a poesia – conseguem transgredir e resistir ao tempo e ao autoritarismo.
“A arte, a produção artística seja qual for, vai estar sempre resistindo a alguma coisa. Muitas vezes resistindo até ao tempo, se mantendo enquanto tal por séculos, por milênios. Outro ponto é que essa resistência é muitas vezes ontológica, ela resiste à definição e não te responde o que é. A arte se coloca contra a autoridade também, tem sempre esse jogo de regra e transgressão”, pondera o professor.
Para o pesquisador, a arte não precisa de uma definição ou utilidade específica. Por outro lado, ele a considera um importante instrumento para o ensino. “Principalmente em um contexto em que volta e meia a gente se vê dominado pela norma e pelo fascismo. Você [conseguir] atuar na educação de modo a investir e estimular a transgressão, a arte nesse sentido educativo, pra mim, é o mais importante. O único modo de resistir ao fascismo é esse: pela arte, pela literatura, pela poesia”, reflete Luiz Felipe.
Além da palestra, a abertura do seminário foi marcada por uma apresentação de teatro protagonizada pelos acadêmicos do 4º ano de Letras Português. A turma fez uma adaptação da peça “O Velho da Horta”, de Gil Vicente. “A peça ganhou vida durante as aulas de Literatura Portuguesa Clássica, ministrada pela professora Larissa de Cássia. Nossas aulas sempre foram bastante estimulantes e nossa turma desde o início do curso gostou de se envolver com o teatro e arte”, conta Andrey Kaminski, que interpretou o velho.
Diferente dos anos anteriores, o V Sepel priorizou atividades mais práticas e lúdicas. Coordenador docente desta edição, Valdir Olivo Júnior conta que além da abertura e das apresentações de trabalhos científicos, a programação conta com três oficinas artísticas. Todas serão ministradas por artistas convidados na noite desta quarta-feira (13). “Uma será de dança, com o Coletivo Soma, outra de desenho, com o André Stoklos, e a terceira de teatro e adaptação, com o Emerson Rechenberg”, afirma.
Ao todo, o evento teve 43 trabalhos científicos aprovados. As apresentações iniciaram ontem, dia 12. “O Sepel vai encerrar com uma outra rodada de apresentações na próxima segunda-feira, dia 18 de novembro”, complementa o coordenador.
Por Paula Claro
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