Durante o mês de julho, os professores Eduardo da Silva Lopes e Afonso Figueiredo Filho, do Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais (PPGF) da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), estiveram na Alemanha para uma série de atividades nas cidades de Rottenburg, Freiburg e Nuremberg.
A viagem foi realizada no âmbito do Programa de Pesquisa Brasil – Alemanha (Probral), parceria entre a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e o Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD) que visa fomentar a cooperação científica entre universidades dos dois países. No caso da Unicentro, essa colaboração se dá com a Universidade de Rottenburg, sendo coordenada pelo professor Eduardo da Silva Lopes pelo lado brasileiro e pelo professor Stefan Pelz pelo lado alemão. A Universidade Federal do Paraná (UFPR) é parceira associada no projeto.
Como detalha Eduardo, entre 6 e 15 de julho, os docentes da Unicentro participaram de reuniões de trabalho com os pesquisadores alemães que integram o projeto e acompanharam as atividades de pesquisa dos estudantes do PPGF que estão em intercâmbio no país por meio do Probal: Milayne Lopes Rickli, do doutorado, e Franciele Alba da Silva e Luiz Henrique Natalli, do pós-doutorado.
“Pudemos ainda realizar visitas técnicas em empresas da região para conhecer as recentes tecnologias de colheita da madeira em áreas declivosas na região da Floresta Negra, além dos modelos de manejo florestal sustentável praticados nas florestas da Alemanha. Tivemos a oportunidade também de aprender mais sobre o processo industrial de produção de compostagem e biochar [um tipo de carvão vegetal] a partir de resíduos florestais urbanos, e conhecer a fabricação de componentes inovadores de madeira engenheirada para construção civil”, conta Eduardo.
As reuniões de trabalho e as visitas técnicas contaram ainda com a participação do professor Dimas Agostinho da Silva, do Laboratório de Bionergia da UFPR e integrante da equipe brasileira do projeto, e de pesquisadores da Universidade de Energia e Recursos Renováveis (UENR), de Gana.
Para o professor Afonso Figueiredo Filho, essa troca de experiências também é importante considerando o contexto das florestas com araucárias na região sul do Brasil, que torna necessária a apresentação de alternativas, principalmente, para os produtores rurais. “Infelizmente, devido a alguns aspectos estruturais, a floresta com araucárias tem enfrentado um avançado estágio de degradação e redução das áreas remanescentes, necessitando, portanto, de ações de recuperação ambiental e de manejo dos recursos florestais. Isso é necessário, especialmente, para conter o avanço de espécies exóticas invasoras que, por outro lado, juntamente com outros recursos florestais, poderão ser aproveitadas como biomassa energética para a produção de biocombustíveis e biochar, gerando renda aos produtores rurais”, comenta.
“Neste sentido, estão sendo executadas no âmbito do projeto Probral diversas pesquisas nas temáticas de restauração de ambientes antropizados [que passaram por transformações causadas pela ação humana], manejo florestal para o controle da espécie invasora Hovenia dulcis [também conhecida como uva do Japão] e aproveitamento de recursos florestais para produção de energia sustentável”, complementa o docente. Afonso também lembra que esse trabalho também tem tido o apoio da Secretaria de Estado da Ciência Tecnologia e Ensino Superior do Paraná (Seti), por meio do Projeto Imbituvão.
Para os próximos anos, o professor Eduardo destaca que o Probal prevê o envio de quatro novos estudantes brasileiros para a Alemanha na modalidade doutorado-sanduíche e dois na modalidade pós-doutorado. Para ele, isso reforça ainda mais o processo de internacionalização da pós-graduação da Unicentro.
“Além de permitir aos professores brasileiros a aquisição de novos conhecimentos, a troca de experiências com pesquisadores estrangeiros e o desenvolvimento de uma rede para a publicação conjunta de trabalhos científicos, o projeto cumpre com a sua missão principal, que é a capacitação de jovens pesquisadores brasileiros, oportunizando a aquisição de novos conhecimentos e vivência internacional”, finaliza.
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