Estudantes e pesquisadores podem se inscrever até 4 de outubro na 30ª edição do Prêmio Jovem Cientista, que neste ano traz como tema “Conectividade e Inclusão Digital”. Retomado no ano passado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, o prêmio é uma iniciativa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) em parceria com a Fundação Roberto Marinho. As inscrições podem ser feitas através da página jovemcientista.cnpq.br. Entre as premiações previstas estão laptops, bolsas do CNPq e valores em dinheiro que vão de R$ 12 mil a R$ 40 mil.
Apesar de a conectividade ser uma realidade presente no dia a dia da sociedade, muitos ainda não possuem acesso à internet. Assim, a ideia é incentivar os jovens pesquisadores a olharem para os desafios e oportunidades do mundo conectado. A premiação busca projetos que passem, por exemplo, desde a construção de modelos utilizando inteligência artificial para endereçar questões de saúde pública, educação e sustentabilidade, até a necessidade de uma discussão mais filosófica sobre a ética em tempos de realidade virtual.
O Prêmio Jovem Cientista foi criado em 1981 pelo CNPq, com o objetivo de revelar talentos, impulsionar a pesquisa no país e investir em estudantes e jovens pesquisadores que procuram soluções inovadoras para os desafios da sociedade. Considerado um dos mais importantes reconhecimentos aos jovens cientistas brasileiros, o prêmio apresenta, a cada edição, um tema importante para o desenvolvimento científico e tecnológico, que atenda às políticas públicas da área e seja de relevância para a sociedade brasileira.
Para o presidente do CNPq, Ricardo Galvão, “o Prêmio Jovem Cientista dá uma contribuição muito importante para a ciência brasileira ao levar o pensar científico para meninas e meninos ainda no período escolar e incentivar jovens no início da carreira”. Galvão ressalta, ainda, que “sempre com temáticas relevantes para o país, o prêmio tem contribuído, ao longo de mais de 40 anos, para a descoberta e a divulgação de pesquisas inovadoras para as grandes questões da sociedade brasileira como o tema desta 30ª edição, Conectividade e Inclusão Digital”.
Conectividade e Inclusão
Com a pandemia, em especial no Brasil, uma ampla reflexão sobre a conectividade e inclusão digital surgiu, face aos problemas que aconteceram em vários segmentos da sociedade. Professores, escolas, estudantes e suas famílias enfrentaram e ainda enfrentam muitas adversidades. Segundo dados da pesquisa TIC Educação 2022, organizada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação, 94% das escolas brasileiras de Ensino Fundamental e Ensino Médio possuem acesso à internet, mas isso não significa que a conectividade/inclusão estejam garantidas, já que apenas 58% das escolas possuem equipamentos conectados (computadores, notebooks, tablets) para uso dos alunos; 42% dos alunos usuários usam a rede móvel para acessar a Internet na escola e 31% usufruem da rede Wi-Fi da instituição; 60% dos alunos que estudam em escolas localizadas em áreas rurais mencionaram o sinal da Internet fraco ou ruim como um motivo para não acessar a Internet na escola.
Esse cenário representa um desafio para os pesquisadores que vão concorrer ao Prêmio Jovem Cientista. As cinco categorias contempladas são: Mestre e Doutor, Estudante do Ensino Superior, Estudante do Ensino Médio, Mérito Institucional e Mérito Científico, que celebra um pesquisador doutor que, em sua trajetória, tenha se destacado na área relacionada ao tema da edição.
Nas categorias “Mestre e Doutor” e “Estudante de Ensino Superior”, serão aceitas as seguintes linhas de pesquisa:
- Tecnologias alternativas para acesso à internet e inclusão digital para promoção da cidadania digital;
- Ensino de computação desplugado e educação digital;
- Formação, conhecimentos e competências digitais, conectividade e diversidade;
- Ética digital, E-gov, governança digital e green digital;
- Usabilidade, letramento digital para idosos e estratégias para acessibilidade universal;
- Tecnologias assistivas na educação, conectividade para estudantes e professores;
- Inclusão digital na internet das coisas, infraestrutura e equipamentos;
- Divulgação científica, divulgadores e tecnologias educacionais;
- Medicina de precisão e Inteligência Artificial;
- Telessaúde, Saúde digital e Inteligência Artificial, e Telemedicina;
- Inclusão digital e interseccionalidades, questões de raça/cor, gênero e orientação sexual no mundo digital;
- Mulheres em atividade no campo digital, equidade de gênero e inclusão digital com equidade.
Cada categoria do prêmio atende a um determinado público. Para concorrer como “Mestre e Doutor”, são aceitos estudantes de mestrado, mestres, estudantes de doutorado e doutores com até 39 anos de idade em 31 de dezembro de 2024. Já em “Estudante do Ensino Superior”, estudantes que estejam frequentando cursos de graduação ou que tenham concluído a graduação a partir de 1º de janeiro de 2023 e tenham menos de 30 anos de idade em 31 de dezembro de 2024 podem se inscrever.
Com informações do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).