Em um esforço para fortalecer os laços acadêmicos e promover a colaboração, o Programa de Pós-Graduação em Química Aplicada da Unicentro recebeu a visita da professora Carla Bittencourt, da Universidade de Mons, na Bélgica. A docente brasileira é pesquisadora associada do Fundo Nacional de Pesquisa da Bélgica e professora da universidade belga há mais de uma década.
A visita marca mais um passo na cooperação entre os docentes das duas instituições de ensino superior. Desde 2019, o grupo capitaneado pela docente mantém relações de cooperação com um grupo de pesquisa do professor Fauze Jacó Anaissi, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Química Aplicada (PPGQA).
“Nós temos uma colaboração, entre o meu grupo na universidade de Mons e o grupo do professor Fauze aqui na Unicentro, em que a gente troca alunos, principalmente os alunos daqui estão indo para lá. Eles são treinados em técnicas de análise e tem a possibilidade também de acessar outras universidades na Europa, para serem treinados em técnicas que nós não temos pessoas qualificadas na nossa universidade”, afirma Carla.
Durante sua estada, Carla destacou a importância da colaboração internacional na pesquisa científica e para o crescimento pessoal e profissional dos acadêmicos. “Eu gosto de dar liberdade para os meus alunos, é da instituição lá, a gente deixa o aluno bem livre para ver o quanto ele consegue crescer. É importante para eles verem como que as coisas funcionam, em um outro esquema de que liberdade completa também pode funcionar. É importante conhecer essa liberdade, a pessoa se torna mais responsável pelo seu trabalho e, no meu caso, eu sempre escuto muito os alunos. E isso não sou só eu, eu vi, eu aprendi isso com os meus colegas”, ressalta.
Quatro doutorandas do PPGQA já tiveram a oportunidade de realizar intercâmbio na Universidade de Mons e em institutos parceiros, enriquecendo suas experiências acadêmicas. A primeira delas foi Julia de Oliveira Primo, que trabalhou como pesquisadora visitante sob orientação da professora Carla e também em grupos de pesquisa na Bélgica, Polônia e Eslovênia.
“Ela não só gosta de dar liberdade para a gente, mas também gosta de ver que a gente busca algo, ela espera a gente tomar essa iniciativa, incentiva o tempo todo. As visões são totalmente diferentes em relação à pesquisa, lá é muito mais dinâmico e prático. Eu tive contato com outras técnicas, então eu pude ter visões diferentes de como ocorre a pesquisa aqui no Brasil e pesquisa lá. Tive contato com outras nacionalidades, outras visões de pesquisa”, conta Julia.
Ao todo, Julia permaneceu no intercâmbio por um ano e seis meses, entre 2019 e 2023, em idas e vindas por causa da pandemia de coronavírus. Essa vivência, segundo ela, fez toda a diferença na tomada dos rumos de sua carreira acadêmica. ”Essa dinâmica me possibilitou ter outras visões do que eu poderia fazer também. A experiência que eu tive internacionalmente foi essa visão mesmo de o que é ser um pesquisador, voltar a sua carreira para a área de pesquisa”, disse.
Atualmente, Julia está desenvolvendo sua pesquisa de pós-doutorado e trabalhando na elaboração de técnicas para análises físico-químicas no tratamento de água em um projeto do Programa de Pós-Graduação em Química Aplicada. “Agora a gente está elaborando um laboratório e metodologias para que a pessoa que fez estudos na parte de tratamento de água possa fazer a análise da água depois do tratamento, para ver as condições físico-químicas, se ela é toda estabelecida com a norma que, por exemplo, a Sanepar exige”.
Para Carla Bittencourt, iniciativas como essa destacam o valor da cooperação e dos frutos dessa parceria que só tende a crescer. “A gente só teve bons resultados, muitas publicações, e essa parceria já está sendo estendida para um outro grupo do professor Najeh (do Departamento de Farmácia da Unicentro). No futuro, a gente pode fazer uma colaboração mais robusta entre universidades, não só entre grupos”, projeta a docente da Universidade de Mons.