O aventureiro suíço Raphaël Domjan, que navegou ao redor do mundo no barco solar PlanetSolar, apresentou um pequeno avião solar de dois lugares com o qual espera se tornar o primeiro piloto a voar na estratosfera. Os voos de teste começarão em fevereiro de 2017.

O aventureiro suíço Raphael Domjan posa com o avião solar SolarStratos e o traje de voo na base aérea de Payerne, na Suíça, em 7 de dezembro de 2016
(Keystone)
O avião, que foi apresentado para a imprensa na base área suíça de Payerne na quarta-feira, mede 8,5 metros de comprimento e tem uma envergadura de 24,8 metros. Pesa 450 quilos e é coberto com 22 m2 de painéis solares.
"Nossa aeronave pode voar a uma altitude de 25 mil metros e isso abre a porta para a possibilidade de uma aviação comercial elétrica e solar, perto do espaço", disse Domjan, criador do PlanetSolar, o primeiro barco movido a energia solar usado para dar a volta ao mundo, e também iniciador e piloto do novo projeto SolarStratos.
"Nosso objetivo é demonstrar que a tecnologia atual nos oferece a possibilidade de ir além do que os combustíveis fósseis oferecem. Veículos elétricos e solares estão entre os maiores desafios do século XXI".
No entanto, o projeto SolarStratos, iniciado em 2014 e que até agora custou 5 milhões de francos, ainda está em fase de desenvolvimento. O avião, as baterias, os motores, os painéis solares e o piloto devem ser submetidos a testes rigorosos. Os primeiros voos de teste devem ocorrer em fevereiro de 2017, seguidos de voos de média altitude durante o verão europeu. Os voos estratosféricos iniciais estão programados para 2018.
A equipe estima que a viagem para a estratosfera levará cerca de cinco horas e meia: duas horas e meia para chegar ao espaço, seguido de 15 minutos para apreciar as estrelas e depois três horas para retornar à Terra.
Para evitar peso, a aeronave não será pressurizada, por isso Domjan vai usar um traje espacial alimentado por energia solar – outra novidade mundial.
Seu objetivo inicial é tentar vencer o recorde mundial de altitude de um avião solar tripulado (9.235 metros), estabelecido pelo piloto do avião Solar Impulse, André Borschberg, em 2010.
Se tudo sair como planejado, a segunda fase do projeto envolverá o desenvolvimento de voos comerciais de alta altitude com aeronaves maiores. Outra ideia é criar drones solares estratosféricos para substituir ou dar um suporte aos satélites. Esses drones estão sendo desenvolvidos atualmente por empresas como Facebook e Google, entre outras.
O avião solar de dois lugares foi construído pela empresa Elektra Solar GmbH e seus sistemas solares foram desenvolvidos pelo Centro Suíço de Eletrônica e Microtecnologia (CSEM) de Neuchâtel em parceria com uma equipe de especialistas internacionais.
Assine a newsletter da swissinfo.ch e receba diretamente os nossos melhores artigos.
swissinfo.ch
Fonte: Swiss Info