Vingadores: Guerra Infinita é complexo, excitante e hilariante
No novo filme dos estúdios Marvel, os heróis lidam com um vilão invencível
por PAULO CAVALCANTI
26 de Abril de 2018 às 17:37
Depois do triunfo de Pantera Negra, que mexeu com diversos paradigmas culturais e sociais, o Universo Expandido da Marvel volta ao normal. Bom, mais ou menos. Vingadores: Guerra Infinita, na verdade, é o mais ambicioso e complexo de todos os 18 filmes do estúdio. O cenário básico ainda é do super-vilão prestes a acabar com a humanidade. Mas nada se mostra tão simples assim. Os diretores, Joe e Anthony Russo, e os roteiristas, Christopher Markus e Stephen McFeely, fazem de tudo para, ao longo das 2h40 do filme, dar espaço ao um número imenso de personagens e desta forma tentar conectar suas motivações e ações de uma forma coerente e excitante.
No filme, os Vingadores ainda estão divididos depois dos eventos apresentados em Vingadores: Guerra Civil. Tony Stark/Homem de Ferro (Robert Downey Jr.) e Steve Rogers/Capitão América (Chris Evans), os cabeças de cada facção, não estão se falando. Thor (Chris Hemsworth) se encontra perdido no espaço e a última coisa que Bruce Banner (Mark Rufallo) quer é que o Hulk retorne. Os Vingadores então não existem mais como unidade. Mas mesmo dispersos e em inferioridade, eles terão que encarar um terrível desafio: o invencível vilão Thanos (Josh Brolin), que sim, quer exterminar a humanidade e controlar o universo. Para isto, ele precisa coletar seis pedras mágicas que darão a ele poder infinito sobre tudo e todos.
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Thanos é outra grande evolução em relação aos vilões anteriores da Marvel. Ele ganha um tempo maior na narrativa e consegue explicar as horríveis motivações dele, que resultam em ações de eugenia. Nisso, a trágica e poderosa criatura até mesmo se acha um herói. Ele não tem a densidade dramática de Eric Kilmonger de Pantera Negra, mas também segura a atenção e não se mostra descartável.
Outra grande atração é a presença da equipe de Vingadores da Galáxia, que garante comicidade ao enredo. Mas eles não aparecem em pequenas pontas. Senhor das Estrelas (Chris Pratt), Gamora (Zoe Saldona), Rocky (Bradley Cooper), Drax (Dave Bautista), Groot (Vin Diesel) e Pom Klementieff (Mantis) estão perfeitamente integrados ao contexto dos Vingadores. O mesmo pode ser dito sobre O Doutor Estranho (Benedict Cumberbatch). Os embates verbais dele com o Homem de Ferro são impagáveis. Tom Holland, na pele do Homem-Aranha, traz vivacidade juvenil e uma boa dose de cultura pop ao filme.
Aqueles que se maravilharam com Pantera Negra devem saber que todo o universo de Wakanda – a maravilhosa nação fictícia africana comandada pelo rei T’Challa/Pantera Negra (Chadwick Boseman) – tem uma imensa importância neste novo capítulo dos Vingadores (não podemos revelar o que acontece sem tirar a graça do filme).
Vingadores: Guerra Infinita tem humor que funciona o tempo todo, ação constante, emoção e efeitos especiais de primeira. Como já entrega o título, a guerra não acaba aqui – o conflito só está começando. Mas para saber como serão os desdobramentos, os fãs terão que, a princípio, ficar de olho nos dois próximos filmes da Marvel que estrearão ainda neste ano.