Shawn Mendes: “Sempre que me comparam ao Bieber eu respondo que esse é o maior elogio que poderiam me fazer”
O astro do pop fala sobre Kanye West e um paraíso de compositores chamado Canadá
por Andy Greene
‘‘Eu ainda sou um músico muito jovem”, reflete Shawn Mendes aos 19 anos. Para ter uma dimensão dessa juventude toda, Mendes cita Justin Bieber como um de seus primeiros heróis na música e descreve o Kings of Leon como se essa fosse uma banda de rock clássico. Mas o galã do pop – que alcançou a fama há cinco anos no defunto app de social media Vine – já lançou três discos por uma grande gravadora e teve hits radiofônicos como “Stitches” e “Treat You Better”. O single mais recente, “In My Blood”, ultrapassou a marca de 120 milhões de streamings no Spotify. O sucesso significa que Mendes não se sente mais como apenas um astro das redes sociais. “Por muito tempo as pessoas me viam como apenas um Viner”, ele diz. “Sinto que finalmente me livrei dessa pecha.”
Você tocou no aniversário de 92 anos da rainha Elizabeth. Teve a oportunidade de conhecê-la?
Não tive. Eu fiquei parado do lado dela por uns dez minutos, enquanto ela se preparava para subir ao palco. Mas eu acho que você não pode dirigir a palavra a ela, a não ser que ela fale com você primeiro. Então não teve conversa. Mas ficar tão perto dela me fez perceber que é só uma senhora comum.
Mas você ficou tentado a falar com ela?
Nossa, muito. Eu só queria apertar a mão dela, mas é contra a lei. [Nota do editor: Não existe nenhuma lei que proíba qualquer pessoa de falar com a rainha, mas há o costume de deixar que ela fale primeiro.]
Você é comparado ao Justin Bieber o tempo todo. Isso é algo injusto?
Uma coisa que talvez muita gente não saiba sobre mim é o quanto eu admiro o Bieber. Eu creio que nunca cheguei a contar para ele de verdade o quanto ele foi uma inspiração para o que eu queria ser. Eu sabia cada uma das músicas dele de cor. Ele me ensinou a tocar e a cantar. Então, toda vez que alguém me pergunta sobre o Bieber, sempre respondo: “Esse é o maior elogio que você poderia me fazer”.
O Canadá produziu um número impressionante de compositores incríveis, especialmente considerando o tamanho da população. Por quê?
Eu acho que é porque o inverno dura dez meses todo ano e somos forçados a ficar dentro de casa. E aí ficamos em um contato muito próximo com as emoções. Somos melhores em entrar em contato com as nossas emoções, consequentemente somos mais habilidosos para colocá-las no papel.
Qual é a melhor banda canadense: Rush ou The Tragically Hip?
Não importa qual seja a minha resposta, eu sei que vão me xingar, mas acho que tenho que dizer Tragically Hip. A verdade é que minha opinião não pode ser tão válida assim, porque sou jovem demais. Acho que não sou fã o suficiente para poder responder.
A idade legal para poder beber no Canadá é 19 anos. Como você lida com estar nos Estados Unidos, onde a lei não te permite beber antes dos 21?
Eu bebo pra caralho quando vou para casa e simplesmente não bebo em território norte-americano.
Eu sei que você é muito fã do Kanye West. Quais são os aspectos mais inspiradores da música dele?
A criatividade dele, cara. A habilidade de não ter medo de falar o que quiser. Acho que muita gente faz um som baseado naquilo que está funcionando, e ele é alguém que faz a música que serve de base para os outros. Isso é inspirador.
Você se decepcionou com alguns dos tuítes ou declarações políticas recentes dele?
Claro, eu discordo de muitas coisas. Mas como artista não me decepciono com Kanye.
Falam muito do seu físico. Você come carboidratos?
Eu como, e muito. Só malho bastante, cara. Vou para a academia todas as manhãs, sou obcecado com estar em forma e me manter ativo. Mas não sou a pessoa mais indicada para falar sobre dietas. Se deixarem batata frita na minha frente, com certeza não vou falar não.
Qual foi o melhor show que já viu?
Vi o Maroon 5 tocar no Rock in Rio, no Brasil. O Adam [Levine] estava incrível, aliás o grupo todo estava. Foi tudo muito incrível. Mas o Kings of Leon é a minha banda favorita.