Roseanne Barr diz que estava sob efeito de remédio quando fez comentário racista que levou ao cancelamento da série dela
A atriz do sucesso Roseanne usou o Twitter para ofender a ex-assessora de Barack Obama
por Redação
30 de Maio de 2018 às 13:59
“Remédios para dormir”: essa foi a desculpa utilizada por Roseanne Barr, atriz e produtora da série Roseanne, do canal norte-americano ABC, para justificar o comentário racista que fez no Twitter.
Na última terça, 29, Roseanne, publicou um tweet em resposta a publicações que falavam sobre Valerie Jarrett, ex-assessora do ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Nele, a atriz escreveu: “Irmandade muçulmana e Planeta dos Macacos tiveram um filho = VJ”.
A declaração racista gerou reações dentro do elenco de Roseanne. Sara Gilbert, colega de Roseanne, afirmou que os comentários feitos pela atriz eram repugnantes e “não refletem as crenças do elenco, da equipe ou de qualquer pessoa associada à série”. Wanda Skyes, comediante e consultora da produção, logo anunciou que não voltaria a trabalhar com Roseanne.
Antes de qualquer declaração do canal ABC, Roseanne Barr tentou se desculpar, ainda utilizando a mesma rede social. “Eu peço desculpas à Valerie Jarret e a todos os americanos. Eu sinto muito por fazer piada sobre a posição política e a aparência dela. Eu deveria ter pensado melhor. Me desculpem, a piada foi de mau gosto”. Logo depois, ela apagou a sua conta no Twitter.
A série Roseanne foi um sucesso entre os anos 1988 e 1997, retratando o dia-a-dia de uma família de baixa renda vivendo na cidade fictícia de Landford. Em 2017, a produção retornou para a décima temporada e, como chegou a número altos de audiência – segundo o site The Wrap, foram 18,44 milhões de espectadores no primeiro episódio – foi renovada. Mas isso não vai mais acontecer.
Após a publicação dos comentários preconceituosos, o canal ABC cancelou a sitcom Roseanne. “A publicação de Roseanne é detestável, repugnante e incompatível com os nossos valores, e decidimos cancelar sua série”, afirmou o presidente da ABC, Channing Dungney, em comunicado oficial. Bob Iger, presidente da Disney – empresa dona do canal de TV – corroborou com a declaração: “Havia apenas uma coisa a ser feita, e foi a coisa certa.
A ICM Partners, agência que representava Roseanne Barr, emitiu uma nota informando que está dispensando a atriz: “Estamos muito aborrecidos pelo tweet inaceitável e vergonhoso da Roseanne Barr desta manhã. O que ela escreveu contraria nossos valores como indivíduos e como agência. Consequentemente, nós a notificamos e não a representamos mais. Roseanne Barr não é mais uma cliente”.
Roseanne Barr, então, reativou a conta no Twitter para várias mensagens nas quais pediu desculpas aos demitidos da produção, pediu para que as pessoas não sintam pena dela e afirmou queestava sob o efeito de remédios para dormir quando escreveu os comentários polêmicos. Depois, ela apagou estes comentários. “Não sintam pena de mim. Eu fiz algo inadmissível, então não me defendam. Eram duas da manhã, eu estava tuitando sob o efeito do remédio para dormir, era Memorial Day [feriado nos Estados Unidos] e eu fui longe demais. Eu cometi um erro que eu não gostaria de ter cometido… Não me defendam”, dizia o tweet.
People of all races, religions and nationalities work at Sanofi every day to improve the lives of people around the world. While all pharmaceutical treatments have side effects, racism is not a known side effect of any Sanofi medication.
— Sanofi US (@SanofiUS) May 30, 2018
A empresa farmacêutica Safoni, fabricante de remédios para dormir, publicou nesta quarta, 30, o que parece ser uma resposta à atriz: “Pessoas de todas as raças, religiões e nacionalidade trabalham na Sanofi todos os dias para melhorar a vida de pessoas ao redor do mundo. Todos os medicamentos possuem algum efeito colateral, mas nenhum medicamento da Sanofi tem o racismo como efeito colateral conhecido”.