Na última segunda, 23, foi divulgado que a série brasileira Ninguém Tá Olhando, do criador Daniel Rezende, ganhou o Emmy Internacional na categoria Melhor Comédia – e foi merecido.
A produção acompanha os Angelus, seres alados que protegem os humanos, evitando que eles se machuquem ou sofram acidentes. Contudo, tais personagens vivem sob o Sistema Angelus, uma ordem corporativista e burocrática questionada pelo mais novo Angelus do distrito, Uli.
Apesar de ter sido cancelada pela Netflix após a primeira temporada, a produção permanece no catálogo, e é uma ótima opção de série divertida e leve para assistir. Além de momentos cômicos, Ninguém Tá Olhando conta com cenas de reflexões muito interessantes.
Por isso, a Rolling Stone Brasil separou 4 motivos para assistir Ninguém Tá Olhando:
Comédia Inteligente
A abordagem particular sobre os Angelus possibilita momentos de comédia muito interessantes, que envolvem o problemático Sistema Angelus e a relação entre os seres e os humanos – e a abordagem é extremamente inteligente.
Mais do que apenas cenas cômicas, a produção possibilita inúmeras reflexões sobre o status quo, sobre a humanidade e a necessidade de ir contra alguns padrões – e a comédia funciona como uma liga interessante para os debates abordados na série.
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Criação de Daniel Rezende
Daniel Rezende está nos bastidores de algumas produções aclamadas. Ele foi montador do filme Cidade de Deus (2002), Tropa de Elite (2007) e Tropa de Elite 2 – O inimigo agora é outro (2010) – e o trabalho como diretor não foi inferior.
O cineasta dirigiu o live-action Turma da Mônica – Laços, além do aclamado Bingo – O rei das manhãs – o que mostra um pouco do talento dele. Ninguém Tá Olhando, criação de Daniel Rezende, é um exemplo da genialidade do diretor.
É brasileira!
A série é brasileira, e ela não tenta imitar a receita das produções norte-americanas para o sucesso: ela é autêntica. Por conter piadas e situações vivenciadas no cotidiano dos brasileiros, Ninguém Tá Olhando também facilita a identificação dos espectadores.
Além disso, tal criatividade inclui a apresentação de vários pontos do Rio de Janeiro, cidade na qual a trama se passa (pelo menos no mundo dos seres-humanos) – e não se trata de locais turísticos. A produção retrata o famoso vira-lata caramelo, os grafites nas ruas e cenários que remetem diretamente à vida dos brasileiros – sem padrões estéticos do exterior.
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História instigante
Mesmo se tratando de uma comédia leve com uma narrativa divertida, a trama de Ninguém Tá Olhando funciona em uma crescente incrível que culmina no final do último episódio da temporada e deixa diversos pontos em aberto.
A narrativa não fica cansativa ou monótona – a cada episódio que passa, dá vontade de saber o que Uli vai fazer para ir contra o Sistema Angelus. É interessante também como as atitudes dos Angelus veteranos mudam, refletindo um arco bem pensado para os personagens (mesmo que com altos e baixos).
A cada capítulo, Ninguém Tá Olhando oferece uma nova reflexão, e um problema inédito que precisará ser solucionado pelos personagens – e a série termina com uma enxurrada de reviravoltas. Com o Emmy Internacional, espera-se que a Netflix repense o cancelamento da produção para que os espectadores matem a curiosidade sobre os acontecimentos finais.
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