Letrux promete uma noite de climão em show de São Paulo
Com ingressos esgotados, a cantora carioca traz o “inconveniente de viver” ao Auditório do Ibirapuera
por Fernanda Talarico
21 de Abril de 2018 às 10:26
Letrux é escritora, cantora, atriz e está vivendo um momento ótimo da carreira. Há nove meses lançou o premiado disco Letrux em Noite de Climão, e desde então tem sido destaque em tudo que fez. Com ingressos esgotados, Letrux se apresenta neste sábado, 21 de abril, no Auditório do Ibirapuera, em São Paulo (veja mais informações abaixo).
Em 2015, quando ainda estava com sua antiga banda, a Letuce, ao lado de Lucas Vasconcellos, Letrux já tinha vontade de fazer algo solo. “Quando o Lucas e eu fizemos nosso último show juntos pelo Letuce, comecei a pensar uma apresentação sozinha, apenas voz e violão”, contou a cantora à Rolling Stone Brasil. “Reuni uns caderninhos e gravações de celular. Foi bem emocionante, porque esse material resume o que eu pensei, senti e acabei juntando também alguns relatos que ouvi de amigos. Chamei o Arthur Braganti [tecladista] e a Natália Carrera [guitarrista] e começamos a produzir”, conta sobre o processo de criação de Letrux em Noite de Climão, que durou, ao todo, cinco anos. “Eu amei gravar nós três juntos e quando os dois não concordavam em algo, o meu voto era de minerva. Era um trabalho de tolerância e escuta muito importante”.
O nome do disco, Letrux em Noite de Climão, chama atenção e levanta questionamentos. Letrux sabia bem o que queria com essa escolha. “Climão é existir, tentar viver nesse mundo capitalista. É tentar ter uma vida para além de boletos em um país golpeado. O climão é tentar. É tentar, às vezes conseguir, às vezes não conseguir, mas isso não te derrubar. O climão não te derruba, ele só causa um ‘caralho, que climão!’”, diz. “O climão é inconveniente, mas viver é inconveniente. É você chegar em casa de uma festa, bêbado, e encontrar um cara catando papel na sua porta para poder sobreviver. Mas você precisa também não se afetar, não abraçar todos os problemas do mundo. Claro que é um pensamento egoísta, mas dentro da sua maneira, você pode ter a sua cota de ajuda.”
Letrux nasceu Letícia Novaes, e compor é uma das coisas que mais gosta de fazer, e faz de todas as maneiras que pode. Para conseguir se concentrar, ela conta, ouve música clássica, sem letras. Recentemente, fez parte de um projeto chamado Desnude, do GNT, programa do GNT que estreou em março para falar sobre erotismo feminino. Ela assinou a trilha sonora, que já está no Spotify. “Foi incrível, é um assunto muito importante”. No Letrux em Noite de Climão, repetiu o tema: “Meu disco tem uma música sobre amor lésbico, se chama ‘Que Estrago’”. “A faixa é sobre tesão feminino, de uma mulher por outra. Vamos falar de todos os tipos de amor aqui! Minhas fãs lésbicas e amigas me agradeceram até, foi uma porrada em quem acha que amor é só de mulher por homem”. O trabalho também tem uma música feita em parceria com a Marina Lima que, segundo Letrux, foi incrível. “Eu fiquei muito eufórica!”
A fase boa da cantora está garantida pelo menos até novembro, quando ela se apresentará no Popload Festival, ao lado de grandes nomes da música. “Para mim, vai ser a consagração do ano. Vai ter [a banda] Blondie, que eu amo. Vou me jogar!”. Na apresentação do Auditório do Ibirapuera, deste sábado, ela terá a participação especial da cantora Luiza Lian. “Vamos tocar o disco todo, algumas músicas da Luiza, que eu admiro muito, e mais umas surpresinhas”, revela Letrux. “Estamos fazendo bastante shows, a gente está muito integrado, unido e ensaiado, o show vai ser muito quente e vivo”.
Letrux no Auditório do Ibirapuera
Sábado, 21 de abril, 21h
Auditório do Ibirapuera – Av. Pedro Álvares Cabral, s/n – Portão 2
Ingressos Esgotados