Han Solo: Uma História Star Wars revisita o passado do herói de forma divertida e eficiente, mas não é o blockbuster do ano
Os fãs podem respirar aliviados: a aventura respeita os preceitos da franquia
por Paulo Cavalcanti
23 de Maio de 2018 às 18:18
Este é um lançamento pensado para satisfazer os fãs ansiosos até que o capitulo final da trilogia oficial Star Wars chegue às telas (em dezembro de 2019). Han Solo: Uma História Star Wars mostra os primórdios do aventureiro Han Solo, imortalizado por Harrison Ford, mas aqui interpretado com charme e habilidade por Alden Ehrenreich. Os fãs descobrirão que o icônico personagem veio de um planeta chamado Corellia, cujos habitantes foram escravizados pelo Império. Lá, ele vive de pequenos golpes que aplica ao lado da namorada, Qi’ra (Emilia Clarke, a Daenerys Targaryen de Game of Thrones).
Logo cedo ele aprende a ser piloto e a se virar nas ruas. Enquanto escapa de ser morto nas sangrentas batalhas das quais participa, Solo conhece Tobias Beckett (Woody Harrelson) e Val (Thandie Newton) e, apesar de algumas desconfianças iniciais, se une a eles na missão de roubar um carregamento de um valioso combustível. Um pouco antes disso, um dos encontros mais fantasiados por quem acompanha a saga pôde ser testemunhado: Solo conhece o wookie Chewbacca (Joonas Suotamo) e logo eles engatam a duradoura parceria. Mas a trupe precisa de uma nave que dê conta da perigosa jornada que terão que enfrentar. Eles, então, procuram Lando Calrissian (Donald Glover, conhecido no mundo do hip-hop como Childish Gambino), também um vigarista, mas muito mais refinado e falante do que Solo. Calrissian é proprietário do cargueiro espacial Millennium Falcon. Para Solo, é amor à primeira vista e ele se empenha em conseguir a nave.
COM SPOILERS: Star Wars: Os Últimos Jedi é sólido, mas não espetacular
Quando o projeto de Han Solo começou, os diretores eram Phil Lord e Chris Miller. Mas devido a uma série de divergências criativas, a dupla foi afastada. Para o lugar deles veio o veterano Ron Howard, amigo pessoal de George Lucas, o criador da saga original. Geralmente Howard encara projetos autorais e prefere não se envolver em trabalhos feitos sob “encomenda”, mas aceitou salvar algo que poderia ter se tornado um desastre. Howard é, provavelmente, o mais fiel discípulo de Steven Spielberg em atividade: ele é um contador de histórias confiável, que nunca sai da linha. O roteiro ficou a cargo de Lawrence Kasdan (O Império Contra-Ataca, O Retorno do Jedi) e de seu filho Jonathan, e isso já garante um respeito a velhas fórmulas (a grande preocupação dos fãs era se o capítulo de Star Wars que estreia nesta quinta, 24, seria um filho rebelde da franquia e inventaria moda).
Apesar de ter feito sucesso, Star Wars: Episódio VIII – Os Últimos Jedi marcou uma ruptura no universo SW. Os mais tradicionalistas não gostaram dos caminhos seguidos pelo diretor Rian Johnson, enquanto outros louvaram as inovações trazidas por ele. Howard segue uma rota segura, mas Han Solo não é tanto uma saga espacial. O cineasta junta diversos estilos, como western e filme noir, sendo que o começo recria o cenário da Primeira Guerra Mundial.
Dito tudo isto, o veredicto é que Han Solo – Uma História Star Wars é um filme eficiente, profissional e divertido, uma aventura de primeira que respeita os preceitos da franquia. Mas não é um evento. E nesta pegada dos blockbusters, vindo logo após os mais espetaculares Vingadores: Guerra Infinita e Deadpool 2, ele pode parecer rotineiro, pelo menos para quem procura algo um pouco mais provocante.