Juntos, foram responsáveis por emplacar o sucesso “Beat It”, do disco Thriller — que inicialmente, contaria com outro famoso guitarrista
Se por um lado Michael Jackson era um ícone dos vocais e da dança, também era uma negação como instrumentista; até tentou assumir as cordas ainda na época de Jackson 5, mas não adaptou com guitarra e violão. Chegava a dedilhar o piano em momentos caseiros, mas nos palcos, preferia manter as mãos livres para movimentos ousados e rápidos.
Somado ao perfeccionismo musical do astro, a necessidade de ter um bom guitarrista acompanhando era uma obsessão — almejada em diversos momentos de sua carreira. Por isso, Michael costumava chamar o “guitarrista do momento” para tornar os trabalhos ainda mais completos e detalhados.
Entre as parcerias, Michael contou com Slash, da banda Guns n’ Roses, para contribuir no álbum Dangerous, de 1991, nas faixas “Black or White” e com maior destaque em “Give In To Me”, chegando a contracenar com o Rei do Pop no clipe. Em 2001, foi a vez de Carlos Santana participar da música “Whatever Happens”, do disco Invincible. Porém, a principal parceria do pop com o rock seria em seu disco de maior sucesso, Thriller, que contaria com o astro Eddie Van Halen.
Proposta escondida
Durante a produção de Thriller, Quincy Jones era o produtor escalado para realizar o novo trabalho do cantor, após uma excelente recepção comercial em Off The Wall. Por boa parte do álbum, o instrumentista Steve Lukather foi o responsável pelos riffs de guitarra, porém, na quinta faixa, “Beat It”, faltava algum elemento único em relação ao instrumento. O primeiro nome cotado pelo produtor, no entanto, seria Pete Townshend, do The Who.
“Michael Jackson me pediu para tocar guitarra no (álbum) Thriller. Eu disse que não poderia mas recomendei Eddie, que me ligou e batemos um papo. Ele ficou muito feliz [com a indicação] mas me disse que estava adorando tocar teclados”, disse Pete em entrevista à Rolling Stone. Na época, Eddie estava de férias, preferindo o descanso após uma badalada turnê — mas Quincy decidiu resolver ligando para o próprio músico.
Em entrevista à CNN, o guitarrista afirmou que, na primeira ligação, acreditou que era um trote, mas ao confirmar a veracidade, ainda ficou pensativo sobre a proposta: “Certas pessoas na banda não gostavam que eu tivesse atividades paralelas naquela época. [David Lee] Roth estava na Amazônia ou algo assim, Mike [Anthony] estava na Disneylândia, Al [Alex Van Halen] estava no Canadá e eu estava em casa, sozinho. Pensei mesmo que ninguém ficaria sabendo”.
+++ OROCHI | MELHORES DE TODOS OS TEMPOS EM 1 MINUTO | ROLLING STONE BRASIL