Tensão aumenta no décimo dia de greve geral na Guiana Francesa

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Tensão aumenta no décimo dia de greve geral na Guiana Francesa

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RFI

Publicado a 29-03-2017

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Milhares de manifestantes reunidos dia 28 de maço de 2017 em Caiena.
jody amiet / AFP

A greve geral por melhores condições de vida continua a mobilizar a Guiana Francesa, no seguimento de uma onda de protestos e manifestações que têm abalado este Departamento Ultramarino da França na América do Sul. Na manhã desta quarta-feira, dia 29, cerca de 10 mil manifestantes saíram em protestos pelas ruas de Caiena e Saint-Laurent-du-Maroni, as duas maiores cidades do Departamento.

Os guianenses reclamam mais meios para a luta contra a delinquência, mas também para a saúde, a educação ou ainda o emprego.

A comparação com a “metrópole” continental revela grandes disparidades. O rendimento médio por agregado familiar no continente francês está nos 25,6 mil euros, mas apenas 17 mil na Guiana Francesa, apesar dos preços de bens de consumo serem 13% mais altos do que no continente. Uma em cada quatro famílias da Guiana Francesa vive abaixo da linha de pobreza.

A greve foi convocada por 37 sindicatos unidos na UTG (Union de Travailleurs Guyanais), uma central sindical ligada à CGT de França, e as reivindicações dirigem-se a todo o sistema político.

A mobilização conta com o apoio de vários representantes políticos locais, como o presidente da Colectividade da Guiana – Rodolphe Alexandre, que se recusa ir até Paris para participar nas negociações com o governo francês, propostas por François Hollande.

A primeira cidade onde a greve se fez sentir foi Kourou, a cidade colonial transformada em centro do programa espacial francês em 1964.

A greve, lançada em plenas presidenciais em França, obrigou os candidatos a posicionarem-se. Jean-Luc Mélenchon declarou a "solidariedade com todos os cidadãos da Guiana Francesa. Por seu lado, Emmanuel Macron referiu-se ao território como uma "ilha", o que provocou um forte embaraço mediático, enquanto que Marine Le Pen denunciou os "serviços cruelmente mínimos" do território. Já Benoît Hamon manifestou a sua solidariedade e a vontade de lançar um plano de investimentos a cinco anos.

O grupo chamado “500 Irmãos” formado por homens que usam máscaras e vestem roupas pretas comandam o movimento em Caiena, e noutras cidades guianenses, diz “aguardar a chegada de seis ministros da França para iniciarem as negociações”.

Greve Geral na Guiana Francesa

29/03/2017


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Fonte: Rádio França Internacional

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