Paris/ataques –
Artigo publicado em 15 de Novembro de 2015 –
Atualizado em 15 de Novembro de 2015
Pedaço de dedo leva à identidade de terrorista dos ataques em Paris
Buquês de flores diante do Bataclan, casa de shows que foi alvo de atentado na sexta-feira. REUTERS/Benoit Tessier
Um dedo encontrado entre corpos despedaçados após o ataque à casa noturna Bataclan, em Paris, revelou a identidade de um dos extremistas que participaram dos ataques que abalaram Paris na sexta-feira (13). O francês Omar Ismail Mostefai, de origem argelina, ia completar 30 anos no próximo dia 21 de novembro.
Nascido em Courcouronnes, subúrbio ao sul de Paris, ele vivia em Chartres, no sudoeste da capital. Pequeno delinquente, seu histórico inclui oito condenações de 2004 a 2010, sem nenhuma ordem de prisão. "Em 2010, ele foi fichado por radicalização, mas nunca foi aberto contra ele um caso de associação de terroristas", informou o procurador de Paris, François Molins.
Mostefai frequentava uma mesquita em Lucé, perto de Chartres. Os investigadores tentam verificar se o suspeito teria passado uma temporada na Síria, entre 2013 e 2014. Há indícios de uma viagem à Turquia, porta de entrada privilegiada pelos jihadistas convertidos.
Extremistas atiram a esmo e detonam explosivos em pleno concerto
Na noite de sexta-feira, às 21h40 em Paris (18h40 em Brasília), Mostefai é um dos três homens que saem de uma Polo preta e invadem o Bataclan. Empunhando metralhadoras e vestindo coletes repletos de explosivos, o grupo atira a esmo contra o público em pleno concerto e mantem como reféns uma parte dos espectadores.
Acionados os explosivos, o saldo final da carnificina é pesado: pelo menos 89 mortos. No meio dos corpos despedaçados, um pedaço de dedo traz as informações digitais que levam a Mostefai.
Irmão se apresenta à justiça e se diz surpreso
Seis pessoas próximas a Mostefai estão sob custódia da justiça, incluindo o pai, um irmão mais velho e uma cunhada. O irmão, de 34 anos apresentou-se por conta própria em Créteil, perto de Paris. Ele se disse surpreso quando soube que o caçula, com quem não falava há anos, estava envolvido nos atentado. Por mais que tenha cortado relações com Omar há muitos anos, por conta de "problemas familiares", o irmão mais velho não imaginava que o caçula pudesse se tornar um islamista radical.
Pai de família, que vive numa casa modesta no subúrbio parisiense, o irmão do terrorista revela que tem outros dois irmãos, com os quais também cortou relações, e duas irmãs.