Justiça Constitucional confirma destituição de presidente sul-coreana

0
45

Justiça Constitucional confirma destituição de presidente sul-coreana

Por

João Matos

Publicado a 10-03-2017

media
Presidente sul-coreana, Geun-hye viu confirmada destituição pelo tribunal constitucional le 9 décembre 2016, jour du vote des parlementaires.
News1 via REUTERS

Tribunal constitucional da Coreia do sul, confirmou esta sexta-feira a destituição da presidente, Geun-hye, que já tinha sido decidida pelo parlamento, acusada de tráfico de influência e de favorecimento a uma amiga empresária.

O Tribunal Constitucional da Coreia do Sul confirmou esta sexta-feira 10 de março a destituição da presidente Park Geun-hye, envolvida num escândalo de corrupção que levou a seu afastamento do cargo pelo parlamento em dezembro passado.

Milhares de pessoas saíram às ruas, e incidentes foram registados, que causaram dois mortos.
A decisão unânime do tribunal acaba com meses de crise política, e prevê a convocação de eleições antecipadas nos próximos 60 dias.

As açcões da presidente Park Geun-hye "constituem um grave atentado ao espírito (…) da democracia e ao Estado de Direito", declarou o presidente do Tribunal Constitucional, Lee Jung-Mi, sublinhando: "A presidente Park Geun-Hye (…) foi destituída".

Park Geun-hye, filha do ditador Park Chung-Hee, tornou-se na primeira presidente da Coreia do Sul, eleita em 2012 com a maior votação da história democrática do país.

Mas o seu estilo distante e uma série de polémicas, acrescentadas ao descontentamento social e político, minaram a sua popularidade e levaram milhões de pessoas às ruas para pedir a sua destituição.

O escândalo político teve como figura central Choi Soon-sil, chamada de "Rasputina" pela imprensa. Amiga da presidente há 40 anos, Choi Soon-sil é acusada de utilizar sua influência para receber mais de 70 milhões de dólares de diferentes empresas sul-coreanas, e de intromissão nos assuntos do Estado.

Park Geun-hye, pediu perdão, em diversas ocasiões, pelo escândalo, mas sempre negou as acusações de ter agido ilegalmente. "Jamais busquei enriquecimento ou abusei do poder como presidente (…). Peço ao tribunal que adopte uma decisão sábia", argumentou em carta enviada aos juízes constitucionalistas.

Em dezembro, o Parlamento destituiu Park por corrupção e abuso de poder, em uma decisão confirmada nesta sexta-feira pela mais alta instituição da justiça do país.

Tudo isto já era previsível e o próximo passo são eleições antecipadas, afirmou à RFI, Arnaldo Gonçalves, especialista de Relações Internacionais em Macau no extracto de uma entrevista a ser difundida num próximo Convidado sobre as Coreias, o nuclear e os Estados Unidos.

Arnaldo Gonçalves, especialista de Relações Internacionais em Macau

10/03/2017


ouvir
Fonte: Rádio França Internacional

Deixe uma resposta

Por favor digite seu comentário!
Por favor digite seu nome