Anonymous/Terrorismo –
Artigo publicado em 17 de Novembro de 2015 –
Atualizado em 17 de Novembro de 2015
Hackers do Anonymous declaram guerra ao grupo Estado Islâmico
Anonymous prometeu acabar com toda a atividade do grupo Estado Islâmico na internet. REUTERS/Social Media Website via Reuters TV
O grupo Anonymous divulgou um vídeo declarando guerra ao grupo Estado Islâmico, após os violentos atentados dos jihadistas na última sexta-feira (13) em Paris. De acordo com a mensagem, lida em francês por um membro da organização hacker, os radicais serão rastreados e alvo de "muitos ciberataques". No material, o Anonymous diz que vai acabar com toda a movimentação dos terroristas na internet.
"Esses atentados não podem ficar impunes. (…) Sim, nós vamos rastrear vocês", promete o indivíduo com a célebre máscara do grupo. Os hackers prometem uma "reação massiva" e a "mais importante operação" contra o grupo Estado Islâmico na internet. "A guerra está declarada: preparem-se", diz a mensagem.
De acordo com o Anonymous, "o povo francês é mais forte que tudo e sairá desta atrocidade ainda mais forte". O personagem mascarado também apresenta condolências às famílias das vítimas. "Nós somos Anonymous, nós somos uma legião, nós não os perdoaremos, nós não esqueceremos vocês: aguardem", conclui o vídeo.
As ameaças, no entanto, pareceram não assustar os jihadistas. Em um comunicado publicado na plataforma Telegram, o grupo Estado Islâmico publicou que os Anonymous não passam de "idiotas". "O que eles vão rastrear?" perguntam os radiciais, ressaltando que, até agora, tudo os hackers fizeram foi encontrar contas de membros no Twitter.
Após os atentados de janeiro em Paris, os hackers publicaram uma lista de 9.200 contas do Twitter relacionadas ao Estado Islâmico.
Guerra contraproducente
A declaração de guerra poderia ser contraproducente e atrapalhar a investigação, avalia Olivier Laurelli, blogueiro especializado em segurança informática. "Atrapalha mais os investigadores do que qualquer outra coisa", diz. Para o especialista, "fechar essas contas, é deixar a polícia surda e cega sobre algumas coisas".
Os dados de contas no Twitter podem ser fontes de informação para as autoridades que procuram explorar, principalmente, dados geográficos, explica o blogueiro. "É interessante saber qual conta está ativa na França, na Síria ou no Iraque", ressalta.
Nas redes sociais, analisar as relações entre indivíduos também pode ser útil. "Se vemos que uma pessoa que esteve envolvida nos ataques em relação com uma outra pessoa, é muito interessante para o serviço policial", observa Laurelli. Além disso, segundo ele, uma conta fechada implica em outra conta que será aberta novamente.
No entanto, de acordo com Laureli, seria interessante entender como o grupo Estado Islâmico realiza suas comunicações privadas via internet", indica o especialista. "Alguns poderiam utilizar a rede de comunicação do PlayStation, por exemplo, para passar desapercebidos", observa.
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