20/11/2015
República Centro-Africana tem cinco médicos para cada 100 mil pessoas
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OMS informou que todo o país conta com 250 profissionais do ramo; agência da ONU alerta que mais de 400 mil pessoas não podem ter acesso aos serviços de saúde; milhares de litros de sangue foram doados ao país.
Aumentaram focos de doenças como sarampo, tosse convulsa e raiva na República Centro-Africana. Foto: Nektarios Markogiannis/Minusca
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
A Organização Mundial da Saúde, OMS, revelou esta sexta-feira que a República Centro-Africana tem 250 médicos para os 4,6 milhões de habitantes. A proporção é de cinco profissionais para cada 100 mil pessoas.
O país enfrenta crises recorrentes que afetam fortemente o sistema de saúde e a saúde da população, com indicadores do setor que estão entre os piores do mundo. As tensões mais recentes envolvem confrontos comunitários que opõem grupos de maioria muçulmana e cristã.
Taxa de Mortalidade
Estima-se que 139 crianças morrem antes do seu quinto aniversário em cada mil nados vivos. A taxa de mortalidade materna é de 880 por 100 mil nascimentos, considerada uma das piores do mundo.
Os relatórios de vigilância da agência apontam a malária, as infeções respiratórias agudas, a diarreia e o trauma físico como os maiores problemas de saúde na população deslocada e nas comunidades de acolhimento.
A OMS adverte que mais de 400 mil pessoas não terão acesso aos serviços de saúde no país, se não forem cobertas as lacunas de financiamento. O número inclui crianças e mulheres grávidas.
Época Chuvosa
O setor da saúde recebeu 37% dos US$ 63,2 milhões do pedido feito em meados de outubro deste ano. Por outro lado, a OMS teve apenas US$ 1,9 milhão dos US$ 15 milhões solicitados no mesmo período à comunidade internacional.
Os riscos de malária e cólera aumentam com a atual época chuvosa entre as pessoas que “vivem nas condições mais precárias”.
Em 2014, somente 41% das crianças com menos de um ano completaram a vacinação. Nos dois últimos anos houve uma subida de focos de doenças como sarampo, tosse convulsa e raiva.
Falta de Equipamentos
Cerca de 23% das unidades de saúde centro-africanas deixaram de funcionar, principalmente devido à falta de profissionais de saúde, de centros danificados e da falta de equipamentos e de medicamentos.
Cerca de metade das unidades de saúde secundárias podem atender traumas de emergência e as que funcionam dependem de agências humanitárias
Varias entidades concederam 307 toneladas de kits de emergência e de trauma para instalações de saúde e ONGs nas 16 províncias e na capital Bangui desde 2015.
A OMS apoiou as autoridades com 15 mil bolsas de sangue que foram entregues aos serviços de saúde da maior cidade centro-africana pelo Banco Nacional de Sangue.
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