07/12/2016
ONU alerta para "sofrimento indescritível" causado pelo LRA na África Central
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Relatório associa o grupo rebelde a ações criminosas e caça furtiva da vida selvagem; documento apresentado no Conselho de Segurança menciona processos eleitorais em Angola e São Tomé e Príncipe.
François Louncény Fall nesta quarta-feira no Conselho de Segurança da ONU. Foto: ONU/Manuel Elias
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O Conselho de Segurança recebeu esta quarta-feira o informe do representante especial interino da ONU na África Central.
François Louncény Fall pediu união e determinação dos Estados-membros do órgão para combater os rebeldes do Exército de Resistência do Senhor, LRA, pelas "ações criminosas e danos causados à caça furtiva da vida selvagem" na região.
Sofrimento
O enviado disse ao Conselho que os ataques do grupo às populações civis continuam a causar "sofrimento indescritível" na região.
A preocupação da ONU é com os planos da retirada do contingente ugandês da Força Regional da União Africana no fim do ano. Segundo Fall, a medida levaria a um "vazio de segurança que o LRA poderia preencher".
Além da República Centro-Africana, o grupo atua desde o fim da década 80 em países como Uganda, Sudão do Sul e na República Democrática do Congo, RD Congo.
São Tomé e Príncipe e Angola
O documento menciona o ambiente pacífico das eleições presidenciais de agosto em São Tomé e Príncipe, onde a missão de observação eleitoral da União Africana foi liderada pelo antigo presidente de Moçambique, Armando Guebuza.
Angola é citada na publicação anual pelo processo de registo de votação para as eleições presidenciais. O recenceamento decorre desde agosto e termina a 31 de março de 2017.
Grupos armados
O documento considera "enormes" os desafios na República Centro-Africana que acompanham os progressos feitos pelo país no envolvimento de grupos armados na sociedade através de uma organização formal.
Fall destacou que a "violência extrema" ocorrida recentemente ameaça a frágil recuperação centro-africana, na sequência do sucesso aas eleições presidenciais deste ano.
Força regional
O representante especial considerou "otimismo prematuro" os ganhos militares e de segurança alcançados para recuperar os territórios que antes eram controlados pelo grupo terrorista Boko Haram na Bacia do Lago Chade.
Um dos motivos de grande preocupação é a situação dos refugiados e deslocados internos, na área onde a força multinacional "precisa de mais apoio para derrotar as milícias a longo prazo".
Fall disse que os recursos disponíveis não chegam para financiar as operações e apoiar de forma eficaz as actividades que incluem a resposta humanitária.
O relatório menciona ações de pirataria e assaltos à mão armada no Golfo da Guiné e o seu impacto sobre a paz e a estabilidade regionais.
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Fonte: Rádio ONU