03/11/2016
OMS lança guia global para combater "superbactérias"
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Organização Mundial da Saúde quer reduzir infecções hospitalares no mundo; mais de 10% das pessoas que são operadas acabam contaminadas durante o processo em países de rendas média e baixa.
Segundo a OMS, as infecções cirúrgicas representam um problema não só para os países mais pobres. Foto: Banco Mundial/Chhor Sokunthea
Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.
A Organização Mundial da Saúde, OMS, lançou esta quinta-feira um novo guia global para combater infecções cirúrgicas e as chamadas "superbactérias", que resistem à ação de antibióticos.
Segundo a agência da ONU, as infecções nas salas de cirurgia são causadas por bactérias que entram no organismo do paciente durante a operação. Elas ameaçam a vida de milhões de pessoas todos os anos e contribuem para o aumento da resistência a remédios.
Ricos e Pobres
A OMS disse que nos países de média e baixa rendas, 11% dos pacientes que sofrem qualquer tipo de cirurgia acabam infectados nesse processo.
Na África, por exemplo, até 20% das mulheres que fizeram uma cesária contraíram uma infecção, comprometendo sua própria saúde e a condição de cuidar do bebê.
A agência afirmou que as infecções cirúrgicas representam um problema não só para os países mais pobres. Nos Estados Unidos, elas são responsáveis por manterem os pacientes mais dias internados a um custo de US$ 900 milhões por ano.
Recomendações
A OMS fez 29 recomendações que devem ser seguidas pelos hospitais e pessoal médico, 13 para o período pré-cirurgia e as outras 16 para prevenir infecções durante e pós operação.
Entre as sugestões, a organização diz que os pacientes devem sempre tomar um banho antes da cirurgia, mas no caso dos homens, não devem ser barbeados para evitar cortes no rosto.
Além disso, os antibióticos só devem ser usados para prevenir infecções antes e durante a operação, e não depois do procedimento cirúrgico.
A diretora-geral assistente da OMS, Marie-Paule Kieny, afirmou que "ninguém deveria ficar doente enquanto busca ou recebe tratamento".
Segundo ela, "evitar infecções durante cirurgias nunca foi tão importante". Kieny disse que esse é um assunto complexo e que exige uma série de medidas preventivas.
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Fonte: Rádio ONU