27/12/2016
Migrantes etíopes retidos em Moçambique retornam para casa
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Grupo tentava chegar à África do Sul, mas sofreu um acidente de trânsito em território moçambicano; com apoio da OIM, civis receberam atendimento médico, comida e finalmente conseguiram voltar para Adis Abeba.
Migrantes da Etiópia saem de Moçambique e retornam para casa. Foto: OIM
Leda Letra, da ONU News em Nova Iorque.
Um grupo de migrantes da Etiópia acaba de conseguir retornar para casa, após mais de dois meses a aguardar o momento em Moçambique. O retorno aconteceu graças ao apoio da Organização Internacional para Migrações, OIM.
Os 34 migrantes iniciaram uma jornada a partir de Awasa, sul da Etiópia. Viajaram a pé, de barco ou de autocarro para Quénia e Tanzânia. O destino final seria a África do Sul, onde a maioria tinha familiares que prometeram ajuda.
Pagamento
O grupo era formado por homens e rapazes, com idades entre 15 e 39 anos. Cada um pagou cerca de US$ 3,5 mil para que contrabandistas facilitassem a ida até a África do Sul, valor que é, segundo a OIM, seis vezes maior do que a renda média na Etiópia.
Mas o sonho acabou em Moçambique. Ao cruzarem uma fronteira sem patrulha na província de Cabo Delgado, no norte, o veículo onde estavam bateu em outro e sete migrantes morreram.
Desespero
Após o acidente, em 1º de outubro, as autoridades nacionais de migração pediram apoio da OIM. Os feridos foram para um hospital, outros ficaram abrigados em um centro de detenção ou em um prédio abandonado.
A organização Discípulos da Eucaristia de Jesus forceneu comida e assistência médica aos etíopes. Uma freira brasileira que ajudou o grupo contou à OIM que os migrantes estavam "sem comer há semanas, com medo, feridos e desesperados".
Em Moçambique, a OIM também distribuiu comida e ajudou na emissão de documentos de viagem, por meio da Embaixada da Etiópia. Assim, os migrantes conseguiram retornar para casa de forma voluntária e com dignidade.
Ao chegar na Etiópia, na quinta-feira, a OIM forneceu uma pequena ajuda de custo e transporte até a estação de autocarro de Adis Abeba. A partir de lá, cada um seguiu para a sua cidade de origem.
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Fonte: Rádio ONU