Angola perdeu mais de 500 mil cabeças de gado devido ao El Niño

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Animais morreram em áreas semiáridas do sul do país; FAO prevê intervenção mais intensa para cobrir falta de alimentos nos próximos dois meses; agência deve participar em apelo conjunto para nações da África Austral.

Angola perdeu cerca de 500 mil cabeças de gado por causa do mais recente fenómeno climático El Niño. Foto: Arquivo ONU

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.*

Angola perdeu cerca de 500 mil cabeças de gado por causa do mais recente fenómeno climático El Niño.

A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, ajuda o país a recuperar danos provocados pela falta de chuvas com uma iniciativa de resiliência e proteção das terras usadas para produção.

Comunidades

O consultor Guilherme Cuellar, que está ligado a projetos da agência, explicou à Rádio ONU, em Luanda, que entre 2009 e 2012 várias áreas do sul foram arrasadas pelas cheias.

Após 2012, houve secas recorrentes causadas pelo El Niño que afetaram a produção de alimentos, em particular a criação do gado, pelas comunidades agropastoris.

"Tem afetado seriamente. Nesse momento, perdemos cerca de meio milhão de cabeças de gado na zona sul. Tem havido uma pequena recuperação. Regularizou-se um pouco mais a chuva, mas no entanto, prevemos que a produção não vai chegar para atender às necessidades de alimentação da população. Prevemos que possivelmente tenhamos uma ação a partir de setembro, novembro, para frente.”

Financiamento

A agência também conta com fundos do governo angolano para ajudar a combater a fome nas populações. Mesmo assim, o país é o segundo da África Oriental e Austral com maior necessidade de financiamentos para mitigar os impactos do fenómeno El Niño.

Recentemente, o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, anunciou que são necessários US$ 26 milhões para ações humanitárias para beneficiar crianças angolanas. A agência deve apoiar no alívio da situação em parceria com a Organização Mundial da Saúde, OMS.

Províncias Semiáridas

No total, 1,4 milhões de angolanos são vítimas das condições climáticas extremas e outros 800 mil enfrentam insegurança alimentar, com maior incidência nas províncias semiáridas do sul.

Guilherme disse que a FAO vai participar de um apelo de países da África Austral para recolher fundos após avaliar necessidades de Angola.

Os parceiros da FAO no país incluem o Brasil, os Estados Unidos, a União Europeia e o Fundo Global do Meio Ambiente.

*Apresentação: Michelle Alves de Lima.

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Fonte: Rádio ONU

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