O Velvet Crush é minha segunda banda favorita quando o assunto é ‘crias do Big Star’, só perdendo pro Teenage Fanclub, e talvez se tivessem lançado outros discos tão bons quanto In the presence of greatness, seu debute, estivessem empatados em primeiro lugar. Não lançaram, mas só esta estreia já lhes garante a medalha de prata.

Formada em Rhode Island no crepúsculo dos anos 80 por Paul Chastain, Ric Menck e Jeffrey Bochardt, a banda revivalista do power pop setentista começou como uma dupla (Chastain e Menck) que gravou e tocou sob vários nomes diferentes, lançando material pela Picture Book – selo fundado pelo próprio Menck por onde também saíram gravações do White Sisters, grupo liderado por Bochardt, que algum tempo depois se juntou ao ex-duo para então dar origem ao Velvet Crush.

In the presence of greatness saiu no mágico 1991 e contou com as mãos de Matthew Sweet na produção e nas guitarras, ajudando a encorpar o caldo que Menck e Chastain produziam na era pré-Velvet Crush e a dar a forma final (e perfeita) às suas 10 canções.

Em meio à avalanche shoegaze da época em que foi lançado, o disco (que saiu na Inglaterra pelo berço gazer, a Creation Records) é puro jangle, todo construído nos moldes power pop de #1 Record e Radio city do já citado Big Star – que por sua vez herdaram as estruturas dos Byrds – e de seus filhos espalhados pelos 80’s, como R.E.M. e as bancas pesadas da Paisley Underground e Dunedin Sound.

Os riffões de guitarra e harmonias vocais que tornaram os Teenagers tão queridos estão todos aqui (inclusive no relançamento do álbum há uma versão de “Everything flows”), então se por acaso você passou batido por In the presence of greatness nestas últimas 3 décadas, agora é a hora de descobrí-lo. Se já o conhece, relembre o porque do primeiro parágrafo deste texto.

Ouça alto!