Há pouco mais de dois anos postei aqui no PCP o sensacional Eleven:Eleven, disco de estreia dos bostonianos Come, e não foram poucos os amigos que lembraram da longa estrada musical de sua vocalista, a rainha-da-porra-toda Thalia Zedec.
A mulher é uma verdadeira entidade do rock alternativo norte-americano, andando por aqui e por ali desde que deixou Washington em direção à Boston no final dos anos 70, invariavelmente emprestando sua voz única a uma porção de bandas e projetos. Hoje pulo seus dois primeiros grupos (ou ao menos os dois que conheço), White Women e Dangerous Birds e vou direto ao terceiro que – creio eu – revelou seu nome ao mundo. Ou ao menos ao submundo, antes de assumir os vocais do também seminal Live Skull.
A banda Uzi tem apenas um EP em sua curta trajetória, mas com pouco mais de 23 minutos deixou sua marca na música subterrânea universal; Sleep asylum saiu em 86 e é uma das rochas sobre as quais foram construídas as torres mais tortas do pós-punk ianque.
Sombrio, barulhento, recheado de experimentações com fitas (os loops por vezes parecem samples) e guiado pela voz junkie/agressiva de Thalia ,o disquinho é a ‘versão Massachusetts’ da no wave nova-iorquina dos grão-mestres Sonic Youth e em vários momentos – em especial quando soa mais direto e reto, como em “Garbrielle e “Underneath” – é nitidamente uma das grandes influências de outra rainha, a musa do PCP Polly Jean Harvey.
Resumindo, Sleep asylum é daqueles tesouros a serem descobertos ou redescobertos. De uma forma ou de outra, ouça no talo!
Ou
Fonte: Pequenos Clássicos Perdidos