Quando esbarrei por acaso com o Umbrellas durante uma pesquisa sobre jangle/twee pop e afins pra gravar uma edição da versão radiofônica do PCP, meio que ‘virei as costas’ pra eles e fui direto pro Chime School e quetais da Slumberland, mas aí uns dias atrás enquanto lia sobre alguma outra banda da qual não me lembro, eis que surge novamente esse nome absurdamente simples e ridículo (sorry guys, mas Os Guarda-Chuvas é de foder até a jovem guarda). Então pensei comigo: ‘melhor dar uma chance pra eles e ver qualé’. E cá estamos, vocês aí e eu aqui completamente apaixonado por minha nova banda preferida da vida desta semana (risos).
Umbrellas, o primeiro e homônimo disco do quarteto californiano formado por Matt Ferrara, Keith Frerichs, Nick Oka, e Morgan Stanley em 2019 saiu via Slumberland dois anos após o nascimento do grupo e é, resumidamente, um maravilhoso compêndio musical de influências igualmente maravilhosas, o tipo de álbum que se escuta uma, duas, três vezes direto porque vai te lembrar uma porção de outros discos que você ama MISTURADOS (hahaha) em 12 canções curtas, simples e perfeitas.
Sério, há aqui ecos de paisley underground e C86, jangle e twee pop, vocais monótonos à Calvin Johnson dividindo os microfones com doces vocais femininos à Pastels (e Belle and Sebastian e tantas outras), guitarras de 12 cordas que te levam direto aos pais desse rolê todo (os Byrds, claro), além do ‘som Postcard’ do Orange Juice e de uma melancolia que tem mais cara de dia chuvoso na Escócia que da maresia ensolarada da Bay Area californiana.
E o melhor e mais interessante disso tudo é que mesmo com tantas referências passadas em sua estreia, o Umbrellas não soa como um pastiche de nenhuma delas. Duvida? Aumente o volume, aperte o play e depois me conte.
PS: no ano passado a banda lançou um single que aponta numa direção mais barulhenta. Estejamos atentos, que certamente vem mais coisa boa por aí.
Fonte: Pequenos Clássicos Perdidos