Talvez nem todos saibam (embora eu duvide, afinal habemus internet) mas os escoceses do Soup Dragons já existiam antes de “I’m free”, aquela cover dos Stones que fez a banda de Glasgow surfar na onda indie-dance – que por sua vez surgiu da espuma do madchester – e os levou ao sucesso global.
Meia década antes disso tudo, ali pela metade dos anos 80, Sean Dickson, Jim McCulloch, Sushil Dade e Ross Sinclair se juntaram para tocar sob a influência do que então amavam, basicamente jangle e punk inglês, mais especificamente Buzzcocks. Vêm desta época os primeiros registros do quarteto, uma porção de EPs e singles lançados pela Raw Product, que a Last Night From Glasgow compilou e lançou em 2023 e você escuta no link abaixo.
Com este monte de disquinhos nas prateleiras indie e já encapsulados na C-86 os Dragons assinaram um contrato com a Sire, que muito esperta juntou quase tudo que a Raw TV tinha posto deles no mercado e vendeu em 1987 como o primeiro disco cheio dos caras, mas que na real também é uma compilação (maldito capitalismo hahaha) chamada Hang-ten.
O que se escuta nestes dois álbuns é o que os Soup Dragons curtiam e conseguiam tocar em seus primeiros anos de vida, afinal em 88 – já mais experientes e, hm, ousados – cometeram o intragável This is our art, que provavelmente só não afundou seu barco porque dois anos depois veio Lovegod, o disco onde está a citada “I’m free”. O resto, como dizem é história.
Ah, antes que alguém me xingue, gosto muito de “I’m free” e toda aquela psicodelia dançante e forçada, os vocais do então quase onipresente Junior Reid (é dele o toast em “Stop this crazy thing”, do Coldcut) e etc, afinal vivi essa música e esse período in loco, mas foi em sua juventude que os Dragons nos entregaram seu melhor.
Ateste. Ou não. hahahaha
Fonte: Pequenos Clássicos Perdidos