O excêntrico Mark Stewart formou o Pop Group em Bristol, em meio a onda punk que varria a Inglaterra e o mundo em 1978, mas embora ‘inserido’ na cena não se identificava com a história dos quatro acordes. Seu buraco era mais embaixo, definitivamente.
Em comum com alguns de seus contemporâneos, a veia política saltada, mesma veia que fez a banda implodir apenas três anos e dois discos após seu nascimento devido ao desapontamento com a ascensão de Margareth Thatcher ao poder.
Muitos e muitos depois voltariam à carga, mas o que interessa hoje é o primeiro disco deles, Y, lançado há quarenta anos e até hoje uma das obras mais fodidas truncadas daquela época. E de além dela, claro.
A ideia de Stewart era fazer de Y um álbum de funk ou algo similar, então chamou Dennis “Blackbeard” Bovell – já velho conhecido do universo dub/reggae – para a produção das 10 faixas do disco. Mas ao lado de Bovell o caldeirão que era a mente do líder do Pop Group desenhou algo que simplesmente não dá pra rotular.
Extremamente ácido e experimental, Y é todo cheio de grooves tortos e quebradas rítmicas bruscas, de barulhos à no wave e riffs cortantes de guitarra que se estapeiam entre uma linha de baixo pesada e outra, de berros e outras ‘intervenções’ vocais de Mark Stewart quando decide não cantar. Não é um álbum fácil, e por isso mesmo segue influente ainda hoje. Desvende-o.
Essencial!
Fonte: Pequenos Clássicos Perdidos