O Membranes surgiu em Blackpool, na Inglaterra, durante o furacão de onde saíram tantas e tantas bandas queridas por aqui, mas diferentemente de Fall, Bauhaus, Joy Division, Banshees e outras, nunca se tornaram ‘clássicos’, ao menos pra quem os desconhece.
Formada por John Robb por volta de 1977, a banda teve várias formações em sua primeira encarnação, que durou até meados dos anos 90. Durante esse período relativamente longo despejou sobre as cabeças mais antenadas uma série de singles, EPs e álbuns onde externaram sua visão de mundo e música, adicionando à ‘fórmula básica’ do pós-punk (se é que isso existe) dissonâncias e muito barulho, influenciando de industrial mais caótico à noise rock de gente como Sonic Youth e Big Black.
Crack house é o primeiro disco dos caras, lançado há quarenta anos via Criminal Damage e até hoje um petardo a ser descoberto pelas novas gerações. Se em 1981 “Muscles”, seu primeiro single, se tornou um hit improvável em clubes alternativos e caiu nas graças do mestre John Peel, aqui as membranas elevaram à décima potência seu poder abrasivo; baixo e bateria parecem espancados e não tocados, sintetizador só existe para ser somado ao caos e as guitarras vão rasgando o que houver pela frente enquanto Robb e o futuro ator e cineasta Mark Tilton proclamam suas frustrações acerca de tudo que os cerca.
Se você desconhece essa instituição anárquica chamada Membranes, é chegada a hora do primeiro mergulho. Caso contrário, redescubra-os. Em ambos os casos, ouça no talo!
Fonte: Pequenos Clássicos Perdidos