The Ecstasy of Saint Theresa – Pigment EP + Susurrate (1992)

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The Ecstasy of Saint Theresa – Pigment EP + Susurrate (1992)

 

Quando My Bloody Valentine, Loop, A.R. Kane e outros elevaram a junção entre a desgraceira sonora dos irmãos Reid e os sonhos distorcidos do Cocteau Twins ao tsunami chamado shoegaze, nenhum canto da terra passou incólume. Nem Brasil, nem Japão e nem a antiga Tchecoslováquia.

Na terra de Milan Kundera, durante o alvorecer da década de noventa, um combo chamado Ecstasy of Saint Theresa mostrou ao mundo – ou ao menos a uma parte dele – que ali também se misturava barulho e sonhos.

Em 1992, com apenas dois anos de vida, a banda composta por Jan Muchow, Jan Gregar, Petr Wegner e a vocalista Irna Libowitz cravou um EP e um disco que são dois pequenos tesouros em parte soterrados pela avalanche gazer da época, mas descobertos e redescobertos muitas vezes com o passar dos anos: Pigment e Susurrate.

 

 

Tendo como referência mais óbvia as estruturas sonoras de Kevin Shields e cia., em especial as presentes no clássico Isn’t anything, o então quarteto tcheco, se não tirou leite de pedra e criou algo realmente inédito ou revolucionário, colocou nesses dois álbuns músicas que poderiam estar tranquilamente em listas de ‘melhores canções shoegaze blá blá blá’, como “What’s” e “Who’s”, ambas de Pigment ou “To Alison” e “Ice cream star”, dobradinha matadora de Susurrate.

Aliás entre o EP e o disco cheio a diferença é o volume de distorções; pode-se dizer que o primeiro registro é mais ‘limpo’, enquanto o segundo, bem, ouçam e tirem suas próprias conclusões.

 

 

Mas esses pequenos detalhes sobre feedback e efeitos não são nada se comparados ao caminho que o Ecstasy of Saint Theresa tomou no ano seguinte com Free-D, último trabalho ainda com a formação original, ou com a entrada de Kateřina Winterová nos vocais e uma nova guinada em sua sonoridade, já chegando na virada do século.

Mas isso são capítulos pra próxima parte desta história de barulho, ambiências, post-rock, beats eletrônicos e afins. Por enquanto fico por aqui escutando a versão que a Clairecords lançou de Susurrate em 1999, justamente quando descobri a banda, coincidentemente quando retomaram as atividades com Kateřina e…

Bom, até lá!

Fonte: Pequenos Clássicos Perdidos

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