Ali pela metade dos anos 80, mais ou menos entre The big express (1984) e o clássico Skylarking (1986), o XTC estava imerso na sonoridade psicodélica sessentista, deixando essa onda bater e se espalhar por sua música. Isso não é novidade nem segredo a quem conhece essa parte da discografia dos ingleses.
O que talvez nem todos saibam (embora eu duvide, afinal habemus internet hahaha) e que na época citada foi segredo é que, de tão mergulhados que estavam na era lisérgica original, Andy Partridge, Colin Moulding e David Gregory decidiram adotar pseudônimos (Sir John Johns, The Red Curtain e Lord Cornelius Plum, respectivamente) e deixar ‘fluir essa vibe’ através de um projeto paralelo/identidade secreta. Assim surgiu o The Dukes Of Stratosphear.
Pelos alias escolhidos dá pra sacar que o grupo nasceu parodiando suas referências, mas a parada foi ficando mais séria a medida em que os XTCs se embrenhavam nesse rolê. E até o lançamento do segundo disco como Dukes (Psonic psunspot), ninguém fazia ideia de quem estava por trás daquelas canções, que à exceção de alguns efeitos ‘modernos’ pareciam ter saído direto de uma jam gravada em 68 sob o efeito de um bom ácido.
O trio – acompanhado do irmão de Gregory, Ian – só admitiu ser a tal Dukes Of Stratosphear quando a banda já havia esgotado seu estoque de psilocibina, em 1987. Era hora do XTC voltar ao trabalho, mas enquanto tocaram como os duques da estratosfera (esse nome, meu deus hahaha) gravaram uma porção bem servida de músicas realmente MUITO boas, e pra atestar a gente põe na roda hoje a compilação Chips from the chocolate fireball, que reúne o citado Psonic psunspot (de 87) e o EP 25 O’Clock (de 85), mais a enorme influência dos chapeleiros malucos que derreteram cérebros com sua música 20 anos antes deste álbum ver a luz do sol.
Ouça no talo!
Fonte: Pequenos Clássicos Perdidos