Engraçado como é diferente escutar agora Three imaginary boys em comparação às primeiras audições do debute do mais que amado Cure. Lá, em algum ponto do comecinho dos anos 90, ainda não tinha mergulhado na fé, pornografia ou desintegração da banda, então músicas como “Another day” e a faixa-título eram o auge das sombras góticas.
Hoje, 40 anos após seu lançamento e quase 30 após essas escutas, Three imaginary boys me soa incrivelmente iluminado, pra cima até, enraizado que é no momento em que saiu e por isso cheio da energia punk que reverberava pelo ar.
Seventeen seconds, que nasceria quase exatamente um ano depois, já viria com outra pegada e colocaria o Cure de uma vez como uma das vozes da geração trevosa. Mas agora, exatamente neste instante, é justamente esse gás, essa juventude intensa que exala pelas 13 músicas da estreia de Bob Smith e cia. que o tornam tão delicioso de ouvir. E de relembrar as incontáveis e igualmente jovens madrugadas dançando ao som de “Fire in Cairo”.
Essencial!
Fonte: Pequenos Clássicos Perdidos