Television – The Complete Elektra Recordings – Marquee Moon / Adventure / Live At The Waldorf, San Francisco, 6/29/78 (2005)

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O tempo é o maior dos predadores, pois dele não há fuga. Sua passagem consome os reinos animal, mineral, vegetal e entre nós, mortais, deixa buracos de saudade porque, implacável que é, ele leva embora aqueles que amamos e que de alguma forma fazem parte de nossas vidas.

Desde que Kurt Cobain estourou os próprios miolos em 1994 tenho visto meus heróis morrerem, e exceção à Layne Staley, não de overdose como cantou Cazuza. O tempo tem se encarregado de carregá-los com ele. E ontem foi a vez de Tom Verlaine.

Thomas Miller nasceu em 1949 e mudou seu sobrenome para Verlaine em homenagem a Paul Verlaine, grande paixão de Rimbaud e um dos grandes poetas do simbolismo francês. O sujeito franzino que foi uma das sementes do punk novaiorquino tinha em seu coração, além da música, a literatura, e daí veio a inspiração para suas letras e a proximidade com Patti Smith, sua ex-vizinha, parceira de CBGB e por um breve momento de cama.

Quando criança Tom escutava jazz e estudou piano até que descobriu ‘pra valer’ a guitarra do blues e do rock; nessa encruzilhada de referências criou um jeito único de tocar o instrumento que o fez quem é, o homem de “Marquee moon”, Friction”, “See no evil”, “Elevation”, “Venus”, “Glory”, “Foxhole”, “The dream’s dream”, “Call Mr. lee”, enfim, o homem de tantas canções que nos moldaram em ferro, fogo, palavras e riffs.

Mas isso é história e faz parte do tempo, o mesmo tempo que tirou Tom Verlaine deste plano e levou-o para a história, dando continuidade à roda infinita da qual nenhum de nós escapa.

Obrigado por tudo e até logo, Tom. Foi uma honra ter dividido algumas décadas com você e durante elas termos habitado o mesmo planeta ❤

 

 

Fonte: Pequenos Clássicos Perdidos

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