Syd Barrett – The Madcap Laughs (1970)

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Em 03 de janeiro de 1970, há exatas e distantes cinco décadas, Syd Barrett dava os primeiros de seus poucos passos longe do Pink Floyd, dois anos após ser chutado da banda – que mirava horizontes grandiosos onde não cabiam as loucuras de seu ex-vocalista e guitarrista.

Naquele abril de 68, já oficialmente substituído por David Gilmour, Syd começava a gestar algumas canções que entrariam em The madcap laughs. Peter Jenner, então manager dos Floyds, convenceu o chapeleiro louco a entrar nos estúdios da EMI para terminar algumas dessas composições, mas a empreitada acabou em várias faixas sem vocais e com Barrett indo parar num hospital psiquiátrico.

No ano seguinte, já ‘recuperado’, ele decidiu que era hora de retomar o trabalho. Jenner arregou e passou a bola para outro figurão da EMI, Malcolm Jones, que assumiu o controle daquela nave desgovernada e entre um ácido e outro, com a ajuda de alguns membros do Soft Machine, conseguiu que metade dela alçasse vôo. Metade porque, antes de terminada, Syd partiu com os ex-companheiros de banda numa viagem para Ibiza e durante esse rolê chamou Gilmour e o comunista Rogério Águas para ajudarem na finalização do disco. Sai Jones, entram em cena novamente os Floyds. E o resto, como dizem, é história.

Como dito no primeiro parágrafo, The madcamp laughs nasceu em 03 de janeiro de 1970, com sete músicas produzidas por Jenner/Jones e outras seis por Gilmour/Waters. Por isso o álbum tem duas faces distintas: a primeira, sem a tutela dos Floyds, é Barrett mais experimental e livre, completamente solto dentro de sua loucura junto a seus fantasmas lisérgicos; a segunda, mesmo apresentando a maravilhosa “Octopus”, é mais contida e menos caleidoscópica. É mais ou menos como um filho numa festa ao lado dos pais.

Divagações a parte, o disco traz algumas das maiores pérolas da era psicodélica e blá blá blá. Isso é fato conhecido e consumado. O lance – falando em experiências particulares – é que entre “No good trying”, “If it’s in you”, a já citada “Octopus” e a preferidíssima da casa “No man’s land”, já fui transportado para outras dimensões e por lá o chá servido pelo chapeleiro era deliciosamente doce…

Essencial!

 

 

Fonte: Pequenos Clássicos Perdidos

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