Swervedriver – Mezcal Head (1993)

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Não me lembro quando, mas tenho certeza de que a primeira vez em que escutei Swervedriver foi no Lado B com o reverendo Massari através do clipe de “Last train to satansville”, até hoje minha favorita da banda do então dread-man Adam Franklin e cia. e desde lá trilha sonora da vida.

Como fiz com tantas e tantas bandas que descobri à época, anotei a capivara dos caras num caderno que usava especialmente pra isso e depois fui garimpar informações e, quem sabe, um disco ou um cassete gravado (sim, jovens, o bagulho era doido antes da internet). Consegui com alguém uma fitinha do disco que continha a tal canção que me apresentou aos Swervies e soube que Mezcal head era o segundo álbum deles e que, como já havia atestado com o trem para a vila de satã, não eram shoegaze, grunge, nem nada facilmente rotulável. Eles eram absolutamente originais e incríveis. Fim.

Depois fui atrás do álbum anterior, Rise, e saquei que se os tivesse descoberto com ele talvez não fizessem minha cabeça como aconteceu com seu sucessor. Daí devagar e sempre – como as coisas aconteciam há 30 anos – as infos foram chegando; soube que houve mudanças na cozinha da banda entre um disco e outro, que Alan Moulder – o cara que já trabalhara com queridos como Ride, My Bloody Valentine, The Clean e Jesus, pra citar alguns – havia produzido Mezcal e que ali, naquele momento angular, o Swervedriver desenvolveu sua fórmula na qual distorções gazer, transes psicodélicos, riffões de guitarra e um senho melódico/harmônico (incomum entre muitos de seus contemporâneos e/ou congêneres) são derretidos e moldados em músicas como “Duel”, “Harry & Meggie”, “Never lose that feeling” (porra!!!) e, claro, “Last train to satansville”.

Resumindo a ópera, Mezcal head – que chegou ontem às três décadas – é composto por um conjunto de canções mágicas que são ao mesmo tempo entorpecentes e energéticas, combustível e trilha sonora para road trips daquelas. Creio ser esta a melhor definição para o que o Swervedriver criou em 1993: rock de estrada.

Da vida! Pra vida toda! ❤

PS: Na Louder há uma entrevista de 2018 com Mr Franklin falando sobre a criação de Mezcal.

 

Fonte: Pequenos Clássicos Perdidos

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