Goo é, na longa discografia do Sonic Youth, o álbum favorito de um monte de gente que conheço. Não sei porque, nunca perguntei a ninguém, mas por mais que não me interesse tenho cá minhas teorias nada científicas.
Ele veio na sequência de Daydream nation, o disco que é o master-blaster-foda-se-tudo-que-veio-antes da banda e que fez o mundo prestar atenção neles, inclusive a DGC, que pensando talvez numa lucrativa incursão pelo universo do rock independente os contratou e lançou em 1990 o mesmo e amado Goo do qual falamos no parágrafo acima.
Como se não bastasse o impul$$o da gravadora de David Geffen – mesma de gente como guns and roses – o biscoito rendeu nada menos que 11 vídeos, numa época em que a MTV era foda e funcionava de verdade como um canal de TV que apresentava música nova e interessante à audiência (não aqui, ao menos ainda não). Então, obviamente, uma porção de humanos descobriu o SY com este álbum.
Além disso, Goo é um disco, hmmm, mais palatável que seus antecessores. É também um disco bem punk, um grande foda-se ao establishment, barulhento e dissonante, mas mesmo assim desce fácil do começo – com o hino “Dirty boots” – ao fim – com a não menos maravilhosa “Titanium expose”.
Mas a verdade é que nada disso importa. Porque quem o ama simplesmente o ama, e o amor, como bem sabemos, não precisa de explicações e não obedece nenhuma lógica racional, por mais que tentemos – inutilmente – racionalizá-lo. E mesmo não sendo meu álbum favorito da minha banda favorita (por razões que transcendem a razão, claro), eu também o amo, do fundo da minha alma ruidosa. Tanto que uma vez, discotecando bêbado numa festa, deixei rolando a sequência formada por “Kool thing”, “Mote” – e seus 4 minutos de puro barulho -, “My friend goo”, “Disappear” e “Mildred pierce” e fui pra pista me acabar. Goo só não foi até o final porque o próximo DJ não segurou a trip…
Essencial!
Fonte: Pequenos Clássicos Perdidos