Todos sabem – ou deveriam saber – que a SST é uma das peças chaves não só para o punk estadunidense mas para toda a cena de rock alternativo da terra do tio Sam que floresceu nos anos 80.

Quando fundou oficialmente o selo, Greg Ginn queria apenas lançar material do Black Flag (claro), mas em pouco tempo já estavam em suas fileiras gente como Minutemen, Meat Puppets, Hüsker Dü e Saccharine Trust. E é o primeiro EP dos últimos citados que roda por aqui agora. Senhoras e senhores, eis Paganicon.

Esse disquinho com apenas 8 faixas se tornou conhecido (conhecido?) após aparecer em nono lugar na lista dos álbuns preferidos de Kurt Cobain. A verdade é que junto ao finado vocalista do Nirvana deve haver uma centena de pessoas que sacam Paganicons e uma meia dúzia que o considera realmente querido (risos).

Produzido pelo gente fina Mike Watt (do Minutemen), este EP não dá muitas pistas sobre o que o Saccharine Trust viria a se tornar nos anos seguintes a seu lançamento. É basicamente um disco punk com cara do hardcore sul-californiano da época, acelerado e agressivo, guiado pela guitarra angular/abrasiva de Joe Baiza, seu ponto alto e realmente foda.

À partir dele, a banda – talvez incentivada e influenciada pelas viagens além-punk de do amigo Watt – deixou fluir suas outras verves musicais, experimentando com free jazz, rock progressivo e outras maluquices ignoradas por grande parte de seus parceiros contemporâneos; lançaria discos louvados pela crítica (em especial We became snakes, de 86), que eu particularmente acho chatos pra caralho (risos).

Fiquemos então com o Saccharine Trust – nome retirado da canção “Bewlay brothers”, do mestre Bowie – ainda em sua versão punk, amado por Kurt Cobain e Buzz Osborne. Ah, e por mim, claro.

Ouça alto!