Rain Parade – What She’s Done To Your Mind / Kaleidoscope (1982)

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Desde janeiro deste ano quando montei uma mixtape-recompensa sobre a Paisley Underground para enviar aos apoiadores do PCP no Catarse (não tá sabendo? clique aqui e nos ajude a seguir em frente) me pego pensando em escrever sobre alguns discos desta cena de tantas bandas maravilhosas.

Pois bem, hoje começo a dar forma – ainda que tímida e bem resumidamente – a esta ideia meio fixa, com o primeiro single de um dos pilares da Paisley, o Rain Parade do grande e saudoso David Roback, talvez mais conhecido pela maioria como o parceiro criativo da musa Hope Sandoval no Mazzy Star. Sim, bem antes de “Fade into you” e etc, Roback foi guitarrista do Opal, que fundou com Kendra Smith (ex-Dream Syndicate, outra pedra fundamental da Paisley) quando deixou o Rain Parade. Como dizem os jovens místicos, tudo está ligado (risos).

Enfim, voltando ao fio, David formou o RP com o amigo Matt Piucci em algum momento no início dos anos 80 em Minnesota, quando estudavam juntos, dividiam um quarto e o amor pela música, mais especificamente pelo rock sessentista de Byrds/Love e pelo jovem punk, cuja atitude ‘faça você mesmo’ os inspirava mais que a agressiva estética sonora.

Não tardaram a largar os estudos, partir para a Califórnia e montar uma banda que batizaram Sidewalks, de verve garageira, mas em pouco tempo se embrenharam nas influências psicodélicas e assim nascia o Rain Parade, que seria também rapidamente encapsulado na tal cena Paisley (que como o grunge, uma década mais tarde, contava com bandas de diversos estilos diferentes), da qual eram o expoente mais lisérgico.

Como as coisas aconteciam ligeiras para Roback, Piucci e cia., já em 1983 debutariam com o sensacional Emergency Third Rail Power Trip; mas a gente volta um capítulo nessa história e compartilha não esta sua estreia em disco cheio, mas sim seu primeiro registro, o single What She’s Done To Your Mind / Kaleidoscope, lançado um ano antes.

Aqui estão as sementes que germinariam em Emergency…(sobre o qual falarei por aqui qualquer dia desses) e, pra quem está acostumado à guitarra mágica de David Roback, o início discreto desta magia psicodélica, ainda que (muito) sob a cartola dos Byrds.

Boa viagem!

 

Fonte: Pequenos Clássicos Perdidos

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