Uma saxofonista, um baterista, toneladas de efeitos, barulhos e, resumidamente, se tem a receita de uma das bandas mais instigantes da instigante nova cena independente australiana. Senhoras, senhores e senhorxs, com vocês o Party Dozen.
Poderia bancar o sabichão e copiar a base de quase todos os textos sobre a dupla presentes na grande rede satânica chamada internet, mas não subestimo a inteligência de meus leitores, então como quase sempre vamos a um breve resumo de quem são os tais Party Dozen.
Kirsty Tickle (sax, berros direto no próprio sax) e Jonathan Boulet (bateria e todos os efeitos, barulhos e samples que emulam outros instrumentos) formaram o duo em 2017, logo no mesmo ano lançaram um disco foda (The living men), chamaram a atenção de outras pessoas foda (Henry Rollins é um desses), seguiram lançando singles, se foderam com a pandemia, foram alçados ao status de ‘cult’ (tocando em galeria de arte) e em 2022 despejaram esse objeto que gira por aqui agora, The real work.
Neste segundo álbum a dupla – que faz tudo sozinha, sem dedo de produtor ou colaboradores – engrossou ainda mais o caldo que já cozinhava antes e chamou pela primeira e até então única vez um convidado para cantar, no caso ninguém menos que o conterrâneo Nick Cave (são crias do Birthday Party, então natural chamarem o painho).
Ah sim, o caldo engrossado dos Dozen é composto por uma porção de ingredientes misturados que vão da no wave ao pós-punk, do industrial ao jazz, do blues torto a Jon Spencer a outros grooves pretos, tudo triturado e servido quase sempre sem vocais e com um caldo de barulho que torna o rolê muito mais interessante.
PS: Kirsty e Jonathan vão lançar um novo trabalho agora em setembro e a julgar pelas faixas já disponíveis o rolê será por mesma trilha. No aguardo.
Ouça no talo!
Fonte: Pequenos Clássicos Perdidos