My Bloody Valentine, 1991: “Tremolo”, último EP da banda e o prenúncio de um clássico

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Como dito no último capítulo de nossa pequena narrativa barulhenta, em 1990 o controlador Kevin escudos e consequentemente os Valentines eram pressionados por todos os lados a por na roda um sucessor de Isn’t anything, e para não deixar a Creation no vácuo lançaram o EP Glider, que lhes rendeu mais tempo, tranquilidade E IDEIAS para o tal próximo álbum.

Após excursionarem divulgando o disquinho, entraram em estúdio novamente com Alan Moulder – desta vez sem o demitirem(risos) – e juntos começaram a costurar as citadas ideias de Shields, ideias estas que já vinham sendo gestadas e testadas por ele (as ‘glide guitars’, obsessão quase científica do cara). Junto a essa técnica passaram a experimentar o uso pesado de samples, gravando riffs de guitarra e os tocando ao contrário em loop, sobrepondo vozes e sintetizadores, incorporando batidas (“Swallow” é a versão shoegaze da dança do ventre hahaha), enfim, criando aquela massa crítica onírica que explodiria em novembro daquele 1991.

Tremolo, o último EP do MBV e assim batizado em homenagem ao pedal homônimo, saiu em 04 de fevereiro, nove meses antes de Loveless, como uma ‘versão maior’ do single To here knows when, lançado no mesmo dia. Maior porque, além da faixa que nomeia o 7 polegadas e de “Swallow” (seu lado B), traz ainda a deliciosa “Honey power” e a percussiva “Moon song”, além das ‘extensões’ chamadas coda, neste caso os já citados lopps de guitarra sampleados e tocados ao contrário cheios de reverb (provavelmente tentando invocar o satanás das distorções hahaha).

Nos meses seguintes ao lançamento de Tremolo houve um sem número de tretas entre Kevin e o mundo – incluindo os próprios Valentines – durante as incontáveis sessões de finalização de Loveless (as gravações do disco começaram em 1989, pensem…). No fim as contas o geminiano Shields mandou todos – com exceção a Alan Moulder – à merda, mas essas histórias ficam para o próximo capítulo desta história, sobre tudo que envolveu a gestação e o parto do álbum que mudou a cara do shoegaze e, por que não, os rumos da música movida à guitarras.

Até lá!

 

Fonte: Pequenos Clássicos Perdidos

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