My Bloody Valentine, 1989: a ressaca de “Isn’t Anything”, êxtase, vinho e tretas
Em novembro de 1988 o My Bloody Valentine lançava Isn’t anything e deixava de uma vez por todas o mundo todo de queixo caído e, literalmente, olhando para seus sapatos.
Enquanto a banda excursionava e por assim dizer curtia a ressaca do disco e colhia os frutos do que vinham plantando desde que se reinventaram, sua ex-gravadora, a Lazy Records, resolveu pegar carona em seu $uce$$o e lançou em fevereiro de 89 uma compilação chamada Ecstasy and wine.
A coletânea de título auto explicativo reúne o mini-álbum Ecstasy e o single Strawberry and wine, ambos de 87 e postos no mercado, claro, pela Lazy. Acontece que com o razão o senhor Escudos ficou puto – afinal o álbum chegou ao segundo lugar nas paradas alternativas britânicas e deve ter rendido um bom troco – e decidiu não deixar quieto o lançamento não autorizado pelos Valentines.
Foi até o escritório da Lazy, pegou dez mil cópias do vinil (não consigo deixar de imaginar a cena), pôs embaixo do braço (risos) e se mandou. Mas como o mundo dá voltas e num dia você está por cima e no outro na merda, anos depois dessa treta Shields brigou também com Alan McGee e assim sua banda foi despedida da Creation Records. Sabe o que ele fez? Vendeu os discos que tinha pego da Lazy para vários outros distribuidores para bancar as gravações de seus futuros trabalhos, que só veriam a luz do dia em 2013.
Mas antes disso houve “Soon”, Glider, Tremolo e o momento angular do shoegaze, todos próximos capítulos dessa história de amor e barulho…
Fonte: Pequenos Clássicos Perdidos