Quebrando um pouco a rotina dos ‘discos velhos’ (risos, muitos risos) que passam pelo PCP, trazemos à tona hoje Sleep, and I will sing, o recém lançado álbum dos russos prediletos da casa Motorama.
Confesso que perdi o bonde do trio de Rostov-on-Don desde Poverty (2015), mas invariavelmente perco bondes em meio ao imenso matagal musical que é o mundo pós-internet; é muito terreno pra carpir e pouca enxada, mas foda-se e vamos ao que interessa.
Há tempos o pós-punk da Rússia (em especial o de veia trevosa mais saltada) deixou de ser um mistério, hoje até a chatice sem fim que é o Kino vem sendo louvada em sites mundo afora e o Motorama, que faz parte deste caldo, vem com o passar dos anos e discos se afastando dessas sombras (hahaha) e se aproximando mais da sonoridade de bandas como Felt, Go-Betweens e Smiths, daquele momento em que pós-punk e jangle se cruzaram ajudando a dar o pontapé inicial no indie rock oitentista.
Talvez, apenas talvez, eles estejam deixando esse lado mais gótico para seus projetos paralelos cantados em russo, porque Sleep, and i will sing chega a brilhar de tão iluminado que é (risos), ainda mais se posto ao lado de lançamentos dos conterrâneos Human Tetris e (os chatíssimos e idolatrados) Molchat Doma.
Bem, independente de comparações desnecessárias, este novo disco-delícia do Motorama tem rodado bastante por aqui nas duas últimas semanas, e como gostamos de compartilhar com vocês o que gira em nossa vitrola virtual, ei-lo.
Ouçam no talo!
Fonte: Pequenos Clássicos Perdidos
