Magnapop é uma banda da abençoada Athens, na Georgia, que descobri – como tantas e tantas outras – tendo aulas com o Reverendo Massari no mítico Lado B. Há tempos que não ouvia nada deles, até que hoje me deparei com um disco chamado The circle is round, que lançaram no ano passado.
Mas ué, eu jurava de pés juntos que Linda Hopper, Ruthie Morris e cia. haviam se separado nos anos 90. Fui atrás da história e descobri que se reuniram nos anos 00 e que esse álbum de 2019 é o primeiro com a formação original do grupo desde 1994. Uma coisa levou à outra, e de repente cá estou eu de volta aos meus 18 anos escutando Hot boxing, a estreia do Magnapop, que saiu justamente em 94.
O biscoito foi produzido pelo grande Bob Mould, amigo de Linda e fã da banda. Aliás, voltando ainda mais no tempo, outro ilustre parceiro de longa data da vocalista e importantíssimo na história do grupo é Michael Stipe, com quem Ms. Hopper teve duas bandas no início dos anos 80 – antes do carecão formar o R.E.M. – Tanzplagen e Oh-OK. Dito isso, pulemos novamente para Hot Boxing.
No meu universo musical este disco é tão importante quanto Last splash, University, Hey babe, Palomine, American Thighs, Dear sir, Star, Blonder and blonder, Dig me out e outros álbuns contemporâneos de bandas lideradas por mulheres. Bem, talvez nem todos esses discos tenham realmente importância pra alguém além de mim, mas foda-se cada um, cada um.
O lance é que aqui há aquele casamento perfeito entre voz doce e cristalina (Linda) e guitarra nervosa (Ruthie), que só dá errado quando não se tem uma boa cozinha (risos), o que definitivamente não é o caso em Hot boxing. O resultado são 14 canções divididas em 41 minutos, sem excessos, sem falhas; o disco te pega do início ao fim, no melhor esquema sunny-guitar-bubblegum. Caso o desconheça, apresento-o agora; caso contrário, relembre este pequeno clássico perdido comigo.
Fonte: Pequenos Clássicos Perdidos
